Polícia Federal prende 13 por contrabando de carros de luxo
Rio de Janeiro. A Polícia Federal (PF) prendeu 13 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa acusada de contrabandear veículos importados de luxo usados como novos. A ação da PF envolveu 13 Estados e o Distrito Federal. Em Minas Gerais , a PF apreendeu quatro veículos. Dois deles na capital mineira (um Porsche 911 GT3 e uma BMW Z4) e outros dois no interior (em Timóteo, no Vale do Aço, e em Cláudio, no Oeste do Estado). No Estado, ninguém foi preso.
Ao todo, dez pessoas foram detidas na capital carioca e outras três no Espírito Santo. Segundo a PF, entre os presos está o líder da quadrilha, o israelense contrabandistas Yoram El Al, 40, que era procurado pela Justiça norte-americana sob acusação de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas e dado como um dos criminosos mais procurados do mundo. El Al teria ligação com a máfia israelense conhecida como clã Albergil e vivia legalmente no Brasil, onde tem um filho. O israelense chegou a ser preso em 2006, mas o pedido de extradição feito pelos Estados Unidos foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano seguinte. De acordo com a PF, El Al foi detido em um condomínio de luxo, na Barra da Tijuca. O grupo venderia os carros importados usados para lavar dinheiro obtido com a exploração de máquinas caça-níqueis. Além de El Al, também foram presos no Rio um policial militar na ativa e dois reservista, que atuavam como seguranças de um conhecido bicheiro carioca, também envolvido no esquema.
Operação. Deflagrada na manhã de ontem, a operação Black Ops foi feita pela PF em conjunto com a Receita Federal. Ao todo, 150 servidores da Receita e 500 policiais federais participaram da ação. A 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro expediu 22 mandados de prisão e 119 de busca e apreensão. Além disso, cerca de R$ 50 milhões em bens dos envolvidos foram bloqueados. O esquema consistia na importação de veículos usados, o que não é ilegal, mas que só pode ser feito entre colecionadores, em casos de herança aberta no exterior, quando são trazidos por missões diplomáticas ou quando os veículos têm mais de 30 anos de fabricação.
Pablo de Melo
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