Melhor sul-americano na Copa do Mundo, Uruguai fatura a Copa América com gols de Suárez e Forlán

BUENOS AIRES, ARGENTINA. Pela segunda vez no mítico Monumental de Nuñez, pela terceira vez na Argentina e pela 15ª vez em sua história, o Uruguai é o dono da Copa América. Foi, da maneira que gostam de cantar os celestes, "como na primeira vez", no distante 1916. Com raça e um futebol amplamente superior ao do Paraguai, a geração construída durante os últimos cinco anos pelo técnico Oscar Tabárez não falhou: 3 a 0 Os heróis foram os atacantes de quem mais se esperava: Suárez e Forlán 9dois), autores dos gols.
A conquista da Copa América reafirma a força de um time semifinalista na Copa da África do Sul, no ano passado, e que tomou, em campo, o lugar de principal força do continente na atualidade, desbancando os mais badalados Brasil e Argentina. De quebra, com a 15ª conquista do campeonato continental, voltou a deter, sozinho, o título de maior campeão sul-americano.
Show celeste
O Paraguai fez o primeiro tempo da partida que está acostumado. Recuado, saindo apenas em raros contra-ataques e deixando que o adversário jogasse. Atitude que explica o fato de ter chegado à decisão sem ganhar um jogo sequer. Só que o Uruguai, ao contrário dos rivais anteriores, mostrou ter recursos suficientes para furar a retranca montada por Gerardo Martino.
E não demorou muito. Antes dos 10min, a Celeste já aplicava um bombardeio nas jogadas de bola aérea, sua especialidade. Uma delas encontrou Lugano, aos 2min. O capitão cabeceou com força para a defesa de Villar. Mais cinco minutos e o mesmo Lugano subiria para cabecear de novo. Empurrado, perdeu o equilíbrio, e o brasileiro Sálvio Spínola não marcou a penalidade.
O Uruguai gastou uns segundos reclamando e mais quatro minutos contruindo a jogada que garantiria a vantagem no placar. Versátil, o usou a troca de passes rápida. De Forlán para Suárez, que cortou o zagueiro Verón e bateu no canto para fazer o quarto gol dele na Copa América.
Tímido, o Paraguai tentou sair para o jogo, que ficou mais tenso e violento. Mas a contundência continua a ter apenas uma cor: o azul celeste, que empurrava os guaranis de volta para seu campo de defesa, em busca de definir logo o jogo. O gol poderia ter saído aos 32min, em jogada de Suárez, que passou a Forlán. O camisa 10 ficou no goleiro Villar. Também poderia sair três minutos depois, quando Suárez novamente recebeu pela direita, deu uma caneta no pobre Verón e bateu à esquerda. Saiu aos 41min, quando Arévalo Ríos recuperou bola, passou a Forlán, que desencantou na Copa América. Um dos melhores passadores da competição foi retribuído e não perdoou: bateu à esquerda do goleiro Villar, para marcar 2 a 0 e antecipar a festa uruguaia no Monumental de Nuñez. Em 45min, a Celeste conseguia derrubar a muralha paraguaia, dando uma lição nos times que ficaram pelo caminho.
Para festejar
Com uma desvantagem gigante para uma decisão, o Paraguai tentou sair na segunda etapa. Depois de ficar o primeiro tempo inteiro sem chutar a gol, os guaranis deram o primeiro aos 8min da etapa final, quando Haedo Valdez recebeu de Ortigoza e chutou para Muslera tocar na bola, que explodiu no travessão.
Mas Oscar Tabárez mostrou como se defende uma pressão adversária. Tirou um ala para colocar outro atacante. Cavani entrou no lugar de Álvaro Pereira, mostrando que o objetivo não era recuar e segurar o resultado. Quase ficou perfeito aos 28min, quando Cavani fez jogada pela direita e tocou para Eguren bater. Villar salvou o Paraguai de levar o terceiro. Não salvou aos 44min, quando Forlán recebeu de Suárez e bateu em sua saída. Também não salvou da derrota. Incontestável. Depois de 16 anos, o Uruguai voltava ao topo da América.
URUGUAI 3 X 0 PARAGUAI
Motivo: Final da Copa América 2011
Local: Monumental de Nuñez, Buenos Aires, Argentina
Árbitro: Sálvio Spínola (Fifa, Brasil)
Gols: Suárez (11min) e Forlán (41min do 1T e 44min do 2T)
Cartões amarelos: Victor Cáceres e Vera (Paraguai), Maxi Pereira, Diego Pérez e Martin Cáceres (Uruguai)
URUGUAI
Muslera; Pereira, Lugano, Coates e Cáceres (Diego Godín); Diego Pérez (Eguren), Arévalo Ríos, Gonzalez e Álvaro Pereira (Cavani); Forlán e Suárez.
Técnico: Oscar Tabárez.
PARAGUAI
Villar; Piris, Da Silva, Verón e Marecos; Ortigoza, Riveros, Cáceres (Hernán Pérez) e Vera (Estigarribia); Haedo Valdez; Zeballos (Lucas Barrios).
Técnico: Gerardo Martino.



Pablo de Melo

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