Uma mulher de 37 anos foi brutalmente assassinada a facadas na noite de quinta-feira (2) em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. A vítima, identificada como Maria Lidiane Moreira dos Santos, foi atacada dentro de casa, no bairro Alto Mercado, e não resistiu aos ferimentos. O principal suspeito do crime é o ex-companheiro dela, que fugiu logo após o ataque e, até a última atualização desta reportagem, ainda não havia sido localizado.
O crime
De acordo com informações da Polícia Militar, o feminicídio ocorreu por volta das 21h, em uma residência situada na Avenida Bom Jesus. Maria Lidiane apresentava três ferimentos de faca — na cabeça, no pescoço e na mão esquerda.
Mesmo gravemente ferida, ela ainda conseguiu sair de casa e caminhar até o imóvel da mãe, localizado nas proximidades. Ao entrar no quarto, caiu no chão e não resistiu aos ferimentos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a vítima já estava sem vida quando o socorro chegou.
Suspeito fugiu de bicicleta
Testemunhas relataram à polícia que o agressor seria o ex-companheiro de Lidiane. Ele fugiu do local em uma bicicleta logo após o crime. A Perícia Técnica da Polícia Civil esteve na cena para realizar os levantamentos, confirmando as lesões provocadas por arma branca. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) de Araçuaí.
Histórico de ameaças e denúncias
A mãe da vítima contou aos policiais que Maria Lidiane vivia sob ameaças constantes desde o término do relacionamento. Durante o período em que morou em Coronel Murta, cidade vizinha, ela chegou a pedir medida protetiva de urgência contra o suspeito.
Na ocasião, Lidiane recebia acompanhamento da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), programa da Polícia Militar voltado à proteção de mulheres em situação de risco.
Há cerca de dez dias, a vítima havia retornado a Araçuaí, mas não comunicou sua mudança à PPVD, o que impediu a continuidade do monitoramento policial.
Investigações
A Polícia Militar realizou buscas intensas na região logo após o crime, mas o autor ainda não foi encontrado. O caso agora está sob responsabilidade da Polícia Civil, que instaurou inquérito para investigar as circunstâncias do feminicídio e localizar o suspeito.
As autoridades devem ouvir familiares, vizinhos e outras testemunhas nos próximos dias.
Contexto de feminicídios na região
O assassinato de Maria Lidiane reacende o alerta sobre os casos de violência doméstica e feminicídio no Vale do Jequitinhonha. Nos últimos meses, a região tem registrado um aumento preocupante de ocorrências envolvendo mulheres vítimas de ex-companheiros.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp), o feminicídio é um dos crimes que mais cresceu nos últimos anos no estado, principalmente em municípios do interior.
Denúncias e prevenção
Casos de ameaça, agressão ou perseguição podem ser denunciados de forma anônima pelo Disque 180, canal nacional de atendimento à mulher, ou pelo 190, da Polícia Militar. Em Minas Gerais, a PPVD atua de forma preventiva no acompanhamento de mulheres em situação de risco, garantindo medidas de proteção e apoio psicossocial.
Maria Lidiane Moreira dos Santos é mais uma vítima da violência de gênero que ainda persiste em diversas cidades mineiras. O caso reforça a urgência de políticas públicas eficazes, acompanhamento contínuo das vítimas e o fortalecimento da rede de proteção às mulheres.
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