Rapaz de Manga cai em golpe dos nudes e comete suicídio; relembre o caso e veja como se prevenir

Golpe começa quando uma mulher pede para ser adicionada nas mídias sociais, a conversa migra para conteúdo sexual no WhatsApp e está armado o golpe
O falso delegado ameaça mandar prender por ''estupro vulnerável cibernético''
Quadrilha tinha montado até uma falsa delegacia para gravar vídeos para extorquir vítimas

Na semana que passou, a reportagem do jornal Diário do Aço foi procurada por outras seis vítimas do já manjado "golpe dos nudes". Os casos se repetem toda semana. Trata-se de uma modalidade criminosa em que uma quadrilha do estado do Rio Grande do Sul alicia mulheres para integrarem um esquema que consiste no seguinte: uma mulher, jovem, faz contato com um homem pelo Facebook ou Instagram e pede o número do WhatsApp. A conversa "evolui" para assuntos sexuais e há um estímulo por parte dela para que haja troca de fotos nuas entre eles. Quem cai na lábia da quadrilha acaba vítima de tentativa de extorsão. Assim que a vítima repassa as fotos nuas, entram em cena outros membros da quadrilha.

Usando nomes de supostos pais, advogados e policiais, os estelionatários passam a dizer que a mulher era menor de idade e que a troca de nudes gerou problemas, para a "vítima" ou para a família. Quando os golpistas se apresentam como pais, a alegação é que a família passou a ter gastos para tratamento psicológico da suposta menor de idade. Em outras, o pai nervoso quebrou todos os móveis da casa e pede dinheiro para reparar os estragos.

Já quando os marginais se apresentam como advogados ou policiais, passam a exigir quantias em dinheiro para evitar que seja “aberto um inquérito” e expedido um mandado de prisão por pedofilia, e até “estupro de vulnerável cibernético”. Os valores variam de R$ 3 a R$ 6 mil. Entre os inúmeros casos, um jovem de 22 anos, que acabou tirando a própria vida na cidade de Manga, Norte de Minas Gerais, depois de cair no golpe. Sem dinheiro para entregar aos golpistas e temendo a prisão, o jovem se matou. O fato ocorreu em novembro de 2021.

Quem não desconfia que se trata de golpe acaba entregando dinheiro aos estelionatários, que já foram alvo de operações policiais e quadrilhas foram presas. Entretanto, o golpe não cessou e agora, além de mulheres do Sul do Brasil, aliciam comparsas no Norte e Nordeste. Em Timóteo, no mês de junho de 2023, um homem de 58 anos perdeu R$ 100 mil no golpe.

Conteúdo adulto 
Uma das vítimas, W.M.S., relatou à reportagem que levou um susto quando, pouco depois de conversar com uma mulher, que se identificou como Naiara, foi procurado pelo suposto delegado Abreu Pinto, com a ameaça de um mandado de prisão, caso não respondesse às mensagens. “Desconfiei porque a mensagem estava com erros grosseiros de português. Um delegado não escreve assim e tampouco fazer ameaça por telefone, antes de instaurar uma investigação. Além disso, a suposta clínica em que a ‘menor de idade’ estaria internada tem a logomarca de uma igreja evangélica. Sem cabimento. Fui pesquisar e descobri as várias publicações de jornais sobre esse golpe. Eles ameaçam divulgar as minhas fotos na internet e exigem até hoje que eu pague”, reclama a vítima.

A surpresa maior, entretanto, viria com a descoberta da verdadeira identidade da “menor de idade”. Segundo a vítima, a suposta garota, na verdade, tem 20 anos e vende conteúdo adulto na internet. “A garota não é do Rio Grande do Sul e sim de São Luís do Maranhão”, concluiu. 

O que a polícia recomenda
A quem caiu no golpe dos nudes, a polícia recomenda que
bloqueie todos os contatos com os golpistas. Também é recomendável que a situação seja informada aos familiares e
aos colegas de trabalho, pois os criminosos podem usar pessoas próximas da vítima para a sequência da extorsão. 

Quadrilha do golpe dos nudes tinha delegacia cenográfica
No dia 13 de novembro passado, três dos integrantes da quadrilha do golpe dos nudes foram presos em São Leopoldo, Novo Hamburgo e Montenegro, cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre. O Tribunal de Justiça do Maranhão decretou a prisão dos três marginais, depois que um cidadão teve prejuízo de R$ 18 mil com a ação da
quadrilha.

Antes disso, no começo do ano passado, uma operação policial prendeu seis integrantes do bando. Eles tinham até uma "delegacia cenográfica", na qual eram gravados vídeos com ameaças às vítimas da extorsão.

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