Em Salinas, pés de maconha são encontrados no meio de plantação de mandioca

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(Por Michelly Oda, g1 Grande Minas) Pés de maconha foram encontrados no meio de uma plantação de mandioca na zona rural de Salinas nessa quinta-feira (24). Uma arma também foi apreendida. Uma equipe da Polícia Militar fazia patrulhamento pelo distrito de Nova Fátima quando foram informados de que um homem estaria cultivando maconha em uma fazenda. Os policiais foram ao local indicado, que é de difícil acesso e com visão privilegiada das pessoas e veículos que chegam. Quando chegavam, flagraram um alvo das denúncias correndo. Ele não foi encontrado. Após a fuga, os militares fizeram uma varredura na área externa da casa e encontraram os pés de maconha – com aproximadamente um metro de altura - no meio da plantação de mandioca. Por conta dessa situação, foram feitas buscas na residência. O pai do homem que foi visto fugindo acompanhou os trabalhos. Durante a averiguação, a PM apreendeu uma espingarda na porta do quarto onde o homem dorme. No local também estavam suas roupas e outros pert...

Porteirinha e Espinosa estão entre as cinco escolhidas no Brasil para sediar projeto pioneiro de diagnóstico rápido da doença de Chagas

Lideranças e pesquisadores da doença de Chagas se reuniram em Espinosa — Foto: Keity Emanuelle Sousa/ Arquivo pessoal

(Por Nátila Gomes, g1 Grande Minas) As cidades de Espinosa e Porteirinha, no Norte de Minas Gerais, estão entre as cinco cidades do Brasil escolhidas para sediar o Projeto pioneiro no país que visa o diagnóstico rápido da doença de Chagas, através do teste molecular, desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz – (Fiocruz) e aprovado em 2022 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – (Anvisa).

Também serão contemplados os municípios de São Desidério, sediado na Bahia; Iguaracy, em Pernambuco; e São Luís de Montes Belos, em Goiás.

A implementação do Kit NAT Chagas foi divulgada pela Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, nesta quarta-feira (08). A iniciativa de implementação e financiamento do Projeto é do Ministério da Saúde e faz parte do programa Integra Chagas, coordenado pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas em parceria com a Universidade Federal do Ceará.

A previsão, segundo a Superintendência, é de que o projeto seja implementado no Norte de Minas Gerais até julho de 2024. Nos demais municípios prioritários definidos pelo Ministério da Saúde, a conclusão das atividades está prevista para agosto do próximo ano.

Em nota divulgada à imprensa, a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques avalia que a iniciativa como um avanço na área da saúde regional. Nesta semana, estão sendo realizados encontros nas duas cidades norte-mineiras para a implantação do projeto. Nesta terça, foi a vez de Espinosa receber o encontro, e nesta quarta e quinta, Porteirinha que está recebendo o encontro.

“A inserção de municípios do Norte de Minas Gerais no grupo prioritário para a intensificação das ações de diagnóstico rápido da doença de chagas constitui iniciativa importante, pelo fato de se tratar de um dos principais agravos de saúde ainda predominantes na região e que precisa ter uma atenção especial por parte do poder público”.

A SES-MG está sendo representada nos encontros pelas referências técnicas, Nilce Almeida Lima Fagundes e Bartolomeu Teixeira Lopes, que atuam nas Coordenadorias de Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Também participam dos encontros Swamy Lima Palmeira, Rafaela Silva e Natiela Oliveira, representando o Grupo de Trabalho da Doença de Chagas do Ministério da Saúde; as pesquisadoras da Universidade Federal da Bahia e da Fiocruz, Eliana Amorim e Lileia Gonçalves, respectivamente; e o epidemiologista e infectologista da Universidade Federal do Ceará, Alberto Novaes.

Nova tecnologia
Constança Felícia Britto, coordenadora do Laboratório de Biologia Molecular e Doenças Endêmicas do Instituto Oswaldo, explicou, em nota, que atualmente a confirmação laboratorial da doença de Chagas é feita por exames parasitológicos, que buscam observar o parasito Trypanosoma cruzi em amostras de sangue. “Em comparação, o teste molecular é mais sensível, pois consegue identificar a infecção mesmo com o fragmento de um parasito na amostra, o que não é possível no exame parasitológico”.

Conforme a pesquisadora, a identificação do parasito com o Kit NAT Chagas também é feita a partir de amostras de sangue. O procedimento demora entre quatro a cinco horas e pode ser executado em qualquer laboratório equipado para aplicar a metodologia PCR. Isso permite a descentralização do diagnóstico e agilidade na obtenção de resultados, além da padronização dos testes utilizados em diferentes centros.

Devido à alta sensibilidade e especificidade, Constança destaca que o diagnóstico molecular pode trazer avanços para a identificação de casos agudos de doença de Chagas, especialmente em recém-nascidos, que podem contrair a infecção durante a gestação ou no parto, quando a mãe é portadora do Trypanosoma cruzi. A doença também pode ser diagnosticada durante surtos de infecção oral, que atualmente constituem a forma mais comum de transmissão devido à ingestão de alimentos contaminados.

“Esperamos que o Kit NAT Chagas possa aumentar o acesso ao diagnóstico e, consequentemente, ao tratamento das pessoas com doença de Chagas, que são negligenciadas e têm dificuldade de acesso à saúde”.

Sobre a doença de Chagas
Por meio de nota, a coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, comentou que assim como outras doenças negligenciadas, a Chagas está associada a condições de vida de vulnerabilidade. A doença é transmitida pelos insetos triatomíneos, popularmente chamados de barbeiros.

“Trata-se de uma das doenças tropicais negligenciadas mais silenciadas. Estima-se que, no mundo, entre 6 e 8 milhões de pessoas têm a doença e mais de 75 milhões moram em áreas de risco de contágio”, explicou a coordenadora. Ela disse, ainda, que diante da grandeza dos números do cenário epidemiológico, a doença precisa de permanente atenção por parte do poder público.

Estimativa da Fundação Oswaldo Cruz aponta que aproximadamente 12 mil pessoas morrem anualmente por causa de Chagas em todo o mundo. Desse total, cerca de 8 mil vítimas são bebês que se infectaram durante a gravidez ou no parto.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2010, 34.629 gestantes tiveram diagnóstico de infecção e estima-se que 589 crianças nasceram com infecção congênita. Por outro lado, a Fiocruz aponta que “são inúmeras as barreiras existentes para o acesso da população a diagnósticos e tratamento da doença de Chagas, a maior delas, a educação. Apenas 1% ou menos daqueles que poderiam se beneficiar obtendo a cura da doença ou a prevenção para formas sintomáticas crônicas, tem real acesso ao tratamento. Em geral, os diagnósticos ocorrem na fase tardia, quando já há comprometimento crônico e complicações, com grave prejuízo às pessoas, suas famílias e comunidades, além de elevado custo ao sistema de saúde”.

Em virtude dessa situação epidemiológica, a Portaria 1.061, publicada dia 18 de maio de 2020 pelo Ministério da Saúde, determina que os serviços de saúde além de oferecer diagnóstico e tratamento também deverão fazer a notificação compulsória da doença de Chagas. Com isso, será possível criar um banco de dados e ter indicadores que permitam fazer análises epidemiológicas mais precisas para fortalecer a política de controle da doença no país.

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