Norte de Minas espera captar R$ 100 milhões do fundo clima

(Foto: Girleno Alencar)

(Por Girleno Alencar) O Norte de Minas está na expectativa de captar R$ 100 milhões de recursos internacionais do Fundo Clima, para ser aplicado na Bacia do Verde Grande, no Norte de Minas. A região é piloto nesse projeto em Minas Gerais, por iniciativa do montes-clarense Danilo Colares Moreira, que elaborou o projeto de fomento da produção de oleaginosas, para gerar matéria-prima a ser usada na produção de querosene para abastecer os aviões que cortam o Brasil. O assunto será tratado amanhã, a partir das 9 horas, na sede da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), quando o Grupo de Trabalho avaliará as várias perspectivas.

Danilo Colares Moreira salienta que a proposta é elaborar um projeto global para as ações de fomento a produção de oleaginosas, com ênfase no Coco de Macaúba. Na segunda-feira foi realizada reunião em Montes Claros para a pré-discussão. Estão envolvidos nesse projeto a Amams, Fundação de Desenvolvimento Tecnológico do Norte de Minas (Fundetec), Epamig, Emater, Território Norte dos Fóruns de Desenvolvimento Regional, Conselho de Desenvolvimento Sustentável, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Montes Claros, Prefeituras de Bocaiuva, Jaíba e Montes Claros, Codevasf e Dnocs. Outra reunião será realizada nessa sexta-feira, às 9 horas, com todas as instituições envolvidas.

Durante a reunião preparatória, os envolvidos definiram que pedirão uma decisão do coordenador do Fundo Clima de como deverá ser viabilizado esse projeto no Norte de Minas, inclusive delimitando a sua abrangência geográfica, pois como se propôs inicialmente a Bacia Hidrográfica do Verde Grande, isso abre um leque muito grande. A proposta é que o Norte de Minas amplie a produção de oleaginosas, com apoio da Organização Internacional da Aviação Civil e para produzir o querosene a ser usado nas aeronaves, principalmente em parceria com a Gol Linhas Aéreas. Os japoneses já demonstraram interesse em financiar esse projeto.

Foram levantados pontos, que deverão ser discutidos com a sociedade civil organizada, como estruturação do projeto do Norte de Minas para buscar recursos externos do Fundo Clima para revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande com uso de oleaginosas da biodiversidade regional, dentre as quais a Macaúba; identificação das áreas de Áreas de Preservação Permanentes, Reservas Legais, pastagens degradadas para formação de uma base georreferenciada do projeto, inserindo as ocorrências dos maciços naturais de macaúba, comunidades extrativistas, projeto do Cooper Riachão/EPAMIG; efetuar um voo com drone de alta performance para apoiar a identificação das ocorrências em toda a Bacia Hidrográfica do Rio Verde Grande, e mapeamento das áreas de recuperação para compor a base do reflorestamento com oleaginosas.

Também será feito o georreferenciamento dos 40 agricultores familiares do projeto Epamig; inclusão digital das comunidades para uso da Tecnologia como ferramenta básica de integração no conceito de Internet das Coisas para gestão do projeto; além de desenvolver modelos de consorciamento da macaúba com os objetivos dos proprietários rurais, com definição de APLs alinhados com as atividades agrícolas/agropecuárias e a certificação da cadeia produtiva da Cooperativa Riachão, com participação da GOL na aquisição dos créditos de carbono da primeira venda do óleo de Macaúba para a Petrobrás Biocombustível.

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