Grande conquista para Minas Gerais: articulação do prefeito Amâncio Oliva garante investimentos históricos para a revitalização do Rio São Francisco e abastecimento de água no Norte de Minas

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Minas Gerais celebra um marco histórico em prol do desenvolvimento sustentável e da dignidade do povo mineiro. Graças ao empenho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, serão investidos R$ 364 milhões na revitalização das bacias do Rio São Francisco e do Alto Paranaíba, além de R$ 20 milhões destinados à ampliação do acesso à água potável para milhares de famílias em diversas regiões do estado. Mas por trás dessa grande conquista, há também forte articulação regional liderada pelo prefeito de Varzelândia, Amâncio Oliva, que tem se destacado como uma voz firme e atuante em defesa dos municípios do Norte de Minas. Liderança regional que transforma Presidente do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário de Gestão Pública do Vale do São Francisco (COMSAF), Amâncio Oliva desempenhou papel fundamental na união de forças e no diálogo entre os municípios, o Governo Federal e o Congresso Nacional. Graças a essa liderança articuladora, o inve...

Conheça o fazendeiro que fundou a cidade de Pintópolis

Hoje com 90 anos, Germano Pinto decidiu há 51 transformar fazenda
às margens do São Francisco em município
(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Por Paulo Henrique Lobato
Saiba a história do fazendeiro que concebeu a segunda cidade planejada de Minas Gerais, a exemplo de BH, dividindo terras, projetando ruas, erguendo igreja e contratando professores

Pintópolis – Germano Pinto, um sertanejo do Norte de Minas que já foi dono de um extenso pedaço de cerrado a poucas léguas do Rio São Francisco, gosta de ouvir causos e, sobretudo, contar a própria história. Tão pitoresca quanto verídica. Corria o mês de agosto de 1964 quando ele, um pecuarista então com 40 anos de idade, decidiu transformar a Fazenda Riacho Fundo na única cidade planejada do interior de Minas.
Foi assim que o curral e o pasto deram lugar a praças, igreja, escolas e a um manso comércio. A história de Pintópolis – cujo nome curioso é homenagem ao sobrenome de família – começa quase 70 anos depois da inauguração de Belo Horizonte, até então o único município planejado no estado, construído pela comissão chefiada pelo engenheiro e urbanista Aarão Reis (1853-1936), e inaugurado em dezembro de 1897, sucedendo Ouro Preto como capital de Minas Gerais.
Já o traçado de Pintópolis nasceu do sonho de um homem sem diploma de curso superior, que pretendia proporcionar uma vida melhor a famílias carentes do Norte do estado. O lugar foi povoado a 650 quilômetros da Praça Sete, entre a Serra das Araras e o leito do Velho Chico, onde a estiagem predomina na maior parte do ano. “Quando cheguei (aos 30 anos de idade), era só mato. Não tinha estrada. Nem casa. Vim ‘de a pé’ mesmo. Dez anos depois, eu quis transformar a fazenda em cidade”, recorda Germano, hoje com 90 anos.
Natural de Mocambo, um povoado da vizinha São Francisco, Germano passa boa parte do dia na companhia de familiares – viúvo, ele teve 11 filhos, 49 netos e “um tanto” de bisnetos, como contabiliza. O sertanejo sempre tem tempo para uma prosa com amigos, principalmente quando o assunto é a fundação do município. Afinal, como ressalta, foi uma tarefa difícil.

Primeiro, o homem acostumado na lida com o gado rabiscou num papel uma linha reta. Era o esboço do que seria a avenida principal, batizada com o nome do fundador. Ele sabia que um dia ia ouvir o barulho de automóveis no lugar onde antigamente só passavam carros puxados por juntas de garrotes. Hoje, a frota do município é de 1.186 veículos.
Naquele mesmo “mapa”, o sertanejo desenhou um quadrado. Era o lugar da capela em homenagem a Nossa Senhora da Abadia. “Vendi 10 novilhas, um garrote e um cavalo para construir a igreja. Depois, chamei um padre.” O fazendeiro também pensou em uma praça com palmeiras. As mudas cresceram, e hoje podem ser vistas de qualquer ponto da avenida.
Para iniciar o povoamento, Germano doou lotes. “Também vendi uns, por preço bem em conta. Negociei até fiado”, recorda-se. À medida que a população aumentava, o fundador fatiava a fazenda. Resultado: surgiram mais vias, quarteirões, e o comércio cresceu “um cadinho”. Para garantir a educação dos filhos de quem chegava, foi preciso contratar professoras.
Templo foi erguido ao custo de 11 cabeças de gado pelo fundador,
que também conseguiu um padre (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
DELEGADO, JUIZ DE PAZ, VEREADOR Mas alguém ainda precisava garantir a segurança pública. Foi assim que Germano, fazendeiro, fundador, espécie de prefeito, virou delegado – naquela época, cargo que não exigia concurso público ou graduação em direito. A cadeia improvisada funcionava no lote de sua própria casa. Depois, também foi o juiz de paz. E por duas vezes foi eleito vereador. Hoje, o prefeito é um de seus netos.
Germano tem orgulho do lugar. Ele mora em frente à praça das palmeiras, onde fica uma das imagens do Cristo Redentor – outra foi erguida na entrada do município. Da calçada, o fundador observa o vaivém de gente. O censo de 2010, o último divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), informa que 7.211 pessoas moravam na cidade – 3.778 homens e 3.443 mulheres.
Para quem acha que se trata de qualquer cidadezinha, a extensão territorial é de 1.243 quilômetros quadrados, quase quatro vezes mais que a área de Belo Horizonte (332 quilômetros quadrados). Por outro lado, a densidade demográfica (5,8 habitantes por km2) nem chega perto da registrada na capital (7.157 habitantes por km2).
Extremos do planejamento: clique e saiba mais
Pintópolis foi “desenhada” por Germano em 29 de agosto de 1964 – acaba de completou 51 anos. Primeiro, foi povoado do município de Urucuia. Era chamado de Riacho Fundo, em alusão à fazenda original. Em dezembro de 1995, se emancipou e teve o nome alterado para Pintópolis, em homenagem à família do fundador.
Houve quem defendesse o batismo como Noroeste de Minas. Outros sugeriram Germanópolis, o que também seria uma homenagem ao fundador. Mas o sertanejo, dono de um coração tão bom a ponto de doar suas terras a pessoas que não conhecia, explica que Pintópolis é uma homenagem mais ampla, pois alcança todos os seus familiares.

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