SÃO ROMÃO: Sem balsa, cidade fica sem dinheiro, trigo e gasolina

Isolamento. Gerida pela prefeitura, balsa que
leva à margem do rio que dá acesso a Ubaí está parada
Faltam dinheiro nos caixas eletrônicos, combustíveis nos postos e até trigo em uma padaria em São Romão, no Norte do Estado. Segundo moradores e comerciantes do município às margens do rio São Francisco, o desabastecimento foi provocado há 15 dias pela interdição, para reformas, da única balsa que funcionava na cidade. O equipamento fazia a travessia de 700 m entre o local e a outra margem do rio, que dá acesso à Ubaí, distante 32 km do local. Sem ter como atravessar o velho Chico, os 12 mil habitantes estão praticamente isolados e exigem providências do poder público.
Com 32 m de comprimento e capacidade para transportar 200 pessoas e 14 veículos simultaneamente, o equipamento está em reforma para atender exigências feitas pela Marinha, após vistoria recente. Entre outros problemas, buracos no casco – provocados pela baixa vazão do rio – e desgastes no cabo de tração motivaram a notificação, diz Celso Paulo Rodrigues, nomeado pela prefeitura para coordenar a operação do barco. “A previsão é que o serviço seja normalizado na sexta-feira”, afirmou.
Transtornos. Os prejuízos causados pela interdição da balsa são muitos, de acordo com moradores de São Romão. “As pessoas não podem mais sair da cidade, pois a balsa transporta tudo por aqui, e isso está nos prejudicando. A estrada que temos (que liga o local a Santa Fé de Minas, a cidade mais próxima por terra, distante 60 km), não é asfaltada”, disse o jornalista Telemaco Uga, 55.
Desmarcar a consulta médica em Belo Horizonte foi a solução encontrada por Elenilda Pereira dos Santos, 41. “Utilizando a balsa para atravessar até Ubaí, a viagem até a capital duraria seis horas. Pela estrada, eu gastaria nove horas para chegar ao meu destino e rodaria 160 km a mais”, disse a auxiliar de escritório.
Proprietário de uma lanchonete frequentada principalmente nos fins de semana – quando o movimento em São Romão aumenta com a chegada de frequentadores dos municípios vizinhos – Marco Túlio César, 55, já percebeu a queda nas vendas. “A cidade praticamente parou. Estou tendo que vender fiado, porque os clientes não têm dinheiro”, disse o comerciante. A única agência bancária da cidade não tem mais dinheiro.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

Fonte: O Tempo

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