PEQUI GARANTE RENDA PARA MUITAS FAMÍLIAS


Sandra Soares
e Thales Fernando

Acadêmicos do curso de Jornalismo(Matéria produzida para o Jornal Laboratório Vide Verso)

Entre os meses de outubro e janeiro, a safra de pequi alcança  seu pico, época em que o fruto está sendo consumido e apreciado nas mesas de muitas famílias. Sendo o pequi rico em vitaminas A, C e E, sais minerais (fósforo, potássio e magnésio) e em carotenoides, fruto típico do cerrado brasileiro, a iguaria é encontrada em maior intensidade nas regiões norte-mineiras, centro-oeste e nordeste, podendo ser um prato feito e saboreado de várias maneiras.
Hoje, praticamente na entressafra do produto de boa qualidade, com um bom tamanho e gosto apurado, o pequi pode ser encontrado na cidade a valores mais em conta, variando entre R$ 2,00 e R$ 5,00 a dúzia.
Para muitos comerciantes, este período de comércio do pequi é o mais rentável do ano, pois possibilita um lucro considerável e por um prazo maior, haja vista que se pode obter o fruto até meados do mês de março.
- É uma época muito importante para a geração de emprego e renda para pessoas mais carentes, bem como para as cooperativas que industrializam e comercializam o produto, como é o caso de Japonvar - afirmou a economista Vânia Villas Boas.
Segundo a economista, o pequi sendo um fruto cidadão como ela o denomina, favorece as pessoas de baixa renda uma oportunidade neste período de aumentar a renda. Em alguns casos, é a única forma de se ter algum lucro nesta época do ano – complementa.
Caso observado com a família da comerciante Maria Ubertina, mais conhecida como Beth, que está no comércio do pequi desde os anos 80. Ela diz que trabalha com o esposo e três netos.
- Na época que o fruto está com o preço mais alto, eu tenho uma renda mensal de mais de um salário mínimo. Antes da safra do pequi, comercializo frutas da época condimentos. Em julho, trabalho na exposição agropecuária vendendo cocada e maçã do amor. Nestas outras épocas, ganho em média de R$ 10,00 a R$ 40, 00, é o que garante levar alguma coisa para casa - diz a comerciante.

Preservação da renda e do fruto

Se por um lado a comercialização do fruto contribui para aumentar a renda de quem vive desse comércio, vale ressaltar também a importância da preservação e do cuidado na hora colheita, pois se feita de forma errada e desregrada, além de causar danos ambientais, pode causar, também, o sumiço do fruto da mesa do consumidor e do comerciante. Dona Ubertina tem conhecimento da lei que fiscaliza e regula a retirada do pequi.
- Acho muito importante, vai servir de uso e fruto, meus não, mas de meus netos, bisnetos – fala.
Por outro lado, existem as cooperativas e associações que também se preocupam com a questão ambiental, além de respaldarem o trabalho dos pequenos produtores, dão vazão aos produtos por eles produzidos. O exemplo disso é a Cooperativa Grande Sertão, com sede e distribuição no Distrito Industrial em Montes Claros, que possui cerca de 180 cooperados espalhados por 25 municípios norte-mineiros que comercializam poupa de fruta, o óleo de pequi, o pequi em conserva e o pequi congelado, vendido a dúzia.
O pequi consumido pela cooperativa é do cerrado do norte de minas: Januária, Grão Mogol, Montes Claros e Coração de Jesus.
Francisco Wagner Santos, diretor financeiro da cooperativa, disse que há a preocupação da preservação e reposição dos pés de pequi, que vão sempre renovando a cada ano.
- Todo ano temos conseguido produzir 10 mil dúzias de pequi congelado que comercializamos fora da safra, já o óleo é vendido para o governo para a merenda escolar através de um programa governamental, além da demanda de mercado de São Paulo - disse o diretor.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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