Testemunhas confirmam que Arruda, prefeito de Januária/MG, usou dinheiro público para pagar cabos eleitorais

Dinheiro público que poderia ter sido usado para dar melhores condições de aprendizagem a crianças que ainda estudam em escolas municipais de Januária/MG que funcionam em poleiros de galinhas teria sido desviado para o pagamento de despesas de campanha dos atuais prefeito e vice-prefeito do município.

Ouvidas na Delegacia de Polícia, no Ministério Público e em juízo, testemunhas confirmaram que o atual prefeito de Januária/MG, o advogado e maçom Maurílio Neris de Andrade Arruda (PTC) usou dinheiro público para pagar cabos eleitorais que trabalharam em sua campanha. O esquema teria sido feito com a ciência do vice-prefeito Afonso José dos Santos, o “Afonso do Sindicato” (PTC); do ex-controlador interno e atual secretário municipal de Saúde, André Rocha; e do ex-chefe de gabinete da Prefeitura de Januária, advogado Éder Fábio Guedes.

O cabo eleitoral Geraldo Diamantino França confirmou em juízo que nunca trabalhou para a Prefeitura de Januária. Apesar disso, recebeu R$ 1,8 mil. Para dar ares de aparente legalidade ao pagamento, o prefeito e o vice simularam um contrato de prestação de serviços. O contrato, segundo ele, foi redigido por André Rocha. Pelo contrato, França, que tem apenas o primeiro grau, seria responsável pelo “levantamento de dados com vista à instalação de núcleo administrativo da Prefeitura de Januária no bairro Cerâmica”.

Helhomar Rodrigues Simões, que também atuou como cabo eleitoral na campanha de Arruda é técnico da vigilância sanitária de Januária. Ele confirmou em Juízo declarações prestadas ao Ministério Público dando conta de que durante a campanha eleitoral de 2008 “foi feita a promessa pelo então candidato (Maurílio Arruda) para ajudar os cabos eleitorais”. Segundo ele, o “contrato de prestação de serviços (celebrado pela Prefeitura com Geraldo Diamantino França) foi feito para justificar o repasse da quantia prometida na campanha”.

Após tomar posse, Simões recebeu proposta para ocupar cargo de confiança, no qual receberia cerca de R$ 5 mil por mês. Mas ele não iria ficar com o pagamento todo. Deveria repassar parte do valor a Geraldo Diamantino França e ao pastor evangélico Dido Ferreira dos Santos. O plano inicial não foi adiante, cedendo lugar ao esquema de contratos de prestação de serviços que, além de França, beneficiaram outro cabo eleitoral, Josias dos Reis. Os depoimentos foram prestados ao Juiz de Direito Ronaldo Souza Borges.



Pablo de Melo



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