Rap da droga: Polícia Civil prende traficantes que fizeram rap com apologia criminosa

A Polícia Civil realizou ontem de manhã a maior operação de toda sua história no Norte de Minas, quando 124 delegados e agentes prenderam 13 pessoas acusadas de tráfico de drogas e de assassinatos em Montes Claros. Um deles tinha feito um “rap” falando sobre as ações criminosas e citandos os seus comparsas.  A “Operação Carcará” teve como foco a quadrilha ligada ao mega-traficante Ninha, que está preso em Catanduva, no Paraná, mas que continua dominando as ações na região. Foram cumpridos os mandados de prisão e busca e apreensão expedidos pela juíza Silvia Rodrigues, que respondia pela 1ª Vara Criminal de Montes Claros.
A operação da Polícia Civil faz parte da Força-Tarefa montada na semana passada em Montes Claros, que reúne a Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária, além do Ministério Público e Poder Judiciário, diante da marca de 52 assassinatos registrados na cidade, com 2,3 homicidios por semana. Depois da formação da Força Tarefa, nenhum outro assassinato foi praticado até ontem, acabando com uma guerra pelo controle do tráfico de drogas que assustava os montesclarenses no mês de maio. As estimativas é que 10 homicidios na cidade foram  praticados pela quadrilha presa ontem.
Desde às 5 horas da manhã que os agentes policiais iniciaram a operação, comandados por 11 delegados. O curioso é que os policiais suspenderam por seis horas a greve deflagrada pela corporação. Os líderes alegam que pretendem com isto mostrar ao Estado que estão prontos para trabalharem e cumprirem suas obrigações, mas com os seus direitos sendo respeitados. Muitos agentes acusavam os médicos legistas e peritos criminais de terem traído a classe, ao aprovaram a proposta do Governo.
Sobre a operação, o delegado regional José Messias Salles salienta que recebeu o reforço de agentes de Bocaiúva, Coração de Jesus, Francisco Sá, Janaúba, Januária, Mirabela e Salinas. O delegado Rodrigo Andersen Guedes Magalhães, que comandou as investigações, salienta que desde o final do ano passado iniciou os trabalhos sobre o tráfico de drogas nos bairros Morrinhos e Vila Guilhermina e que estavam sob controle do traficante Ninha. Ele salienta que foram expedidas as prisões temporárias deles, por 30 dias e que poderão ser prorrogados pelo mesmo prazo ou mesmo transformadas em preventivas.

PRESOS

Os presos foram Renilson Wagner Oliveira Araújo, o “Minhoca”, Elton Júnior Carlos Oliveira, o “Juninho”; Washington César Barbosa, Alan Rodrigo Santos Rocha, Leandro Silva Rezende, o Léo Caju; Avilmar Marcone Barbosa Santos, o “Marcone Morrinhos”; Denis Leite Barreto Silva, Agnaldo Afonso Pereira Junior, o “Pai Cura”; Marcelo Edson de Souza, tio do traficante Ninha; Marcos Aurélio Dias Nascimento, o “Kó”, Eduardo Rocha Sales, Alexandre Mauro Barra Oliveira, o “Xandão” e o adolescente W.V.O, que é suspeito de três assassinatos e três tentativas de homicídios.
A ousadia de acusado Pai Jura, que fez um “rap” de apologia criminosa e relatando a ação da sua quadrilha e como reage contra a quadrilha adversária. Ele acabou delatando os seus comparsas, ao citar os seus nomes na música e que será usada contra os acusados no processo judicial. Também foram apreendidos dois revólveres calibre 38, além de munições calibres 22, 40 e 365 e ainda 260 gramas de drogas. A mesma quadrilha é apontada como responsável pelos dois quilos de drogas que foram encontrados no ano passado escondida em túmulos dos cemitérios da cidade.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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