Jaíba ganha marca de certificação de origem


Jaíba ganha marca de certificação de origem para atestar a qualidade dos produtos. O polo de fruticultura do Norte de Minas se destaca pelo cultivo do limão, banana e manga. Marca agrega mais visibilidade aos produtos nos mercados nacional e internacional.
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede), por meio da Subsecretaria de Indústria, Comércio e Serviços, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), lançam nesta quarta-feira (23), no município de Jaíba, Norte do Estado, uma nova marca mineira.
A Marca Jaíba será aplicada em produtos da região e será um certificado de qualidade, além de consolidar a identidade da região produtora.
O principal objetivo com a nova marca é diferenciar o produto do Jaíba e atrair novos compradores já que a produção, principalmente de frutas, deverá ganhar maior visibilidade. “O lançamento da marca será fundamental para divulgar a produção da região tanto no cenário nacional quanto internacional”, disse a secretária Adjunta de Estado de Desenvolvimento Econômico, Monica Cordeiro. Segundo ela, a marca é um processo de construção de identidade regional, uma vez que está associado à cultural local. Além disso, é uma forma de garantir ao consumidor o acesso a um produto de qualidade.
Para o superintendente da Fiemg, Sérgio Lourenço, “a parceria criada entre o poder público e a iniciativa privada foi essencial para construção da marca”. Estão previstas ações que envolvem o estudo de tecnologia de pós colheita da banana e do ponto ideal de colheita da manga, assim como a certificação GlobalGap para produtores de limão e prospecção de mercado para o limão tahiti e da manga, além da participação em feiras de frutas como a Feira Fruit Logística em Berlim.
A Marca Jaíba será lançada internacionalmente, durante a próxima edição da feira, prevista para o início de fevereiro. A Coordenação de Comércio Exterior da Sede, à qual está vinculada a Central Exportaminas, chefiará pelo 4º ano consecutivo o espaço Minas Gerais, localizado no Pavilhão Brazilian Fruit, aberto à participação de empresas mineiras. De acordo com a gerente de agronegócio do Sebrae-MG, Priscila Lins, “esse lançamento na Fruit Logística será um passo importante para o reconhecimento da região do Jaíba como produtora de frutas de qualidade”.

Estratégia
A proposta do Governo de Minas não se restringe apenas à certificação de qualidade. O selo de certificação de origem pretende informar ao consumidor que por trás daquele produto existe o compromisso do empresário com questões sociais e ambientais, por exemplo. Assim, a marca representará um diferencial competitivo para os consumidores que cada vez mais exigem produtos de qualidade com rastreabilidade comprovada. A criação do selo pode ser também considerada uma estratégia para a atração de investimentos e de ampliação de consumo no Estado.
A Região do Jaíba vem despertando cada vez mais o interesse de compradores de outros países e, por isso, tem que estar atenta à necessidade de cumprimento das leis ambientais e trabalhistas, de maneira sustentável. A marca é uma estratégia para mostrar ao mundo as características do processo produtivo, dos próprios produtos, e da região como um todo. Além de agregar valor ao produto, o selo permitirá a abertura de novas vias de agregação de valor a partir do desejo do empresário de tornar-se apto à certificação.
A criação da Marca Jaíba levou em consideração duas ações. A primeira, garantir o processo de certificação de qualidade e rastreabilidade, cujos principais objetivos são a identificação de um diferencial os produtos certificados, a partir do conceito de origem, com alto padrão de qualidade, consistência e, que permitisse a geração de valor tanto para a produção quanto para a região. A outra consistiu na proteção da marca e da indicação geográfica, com objetivo de proteger os direitos de identidade e a criar de uma arcabouço legal para o gerenciamento e controle do seu uso.

Arranjo produtivo local
O polo de fruticultura do Jaíba é um arranjo produtivo local (APL), que está localizado no Norte de Minas, e inclui, dentre outros municípios, os de Jaíba, Janaúba, Matias Cardoso e Nova Porteirinha. O destaque do APL são as culturas de limão, banana e manga, que atualmente representam cerca de 44% da área irrigada da região.
Entre pequenas, médias e grandes empresas, o número total de produtores passa de 900, com um área cultivada, em 2010, de 9.894 hectares. O valor da produção em 2011 atingiu o valor de R$ 194 milhões com o potencial de atingir até 2025 o valor de R$ 350 milhões. Estima-se que em 2012 este valor tenha crescido cerca de 10%. O município de Jaíba ocupou a liderança nas exportações de frutas de Minas Gerais em 2012 e representou 100% das exportações do Norte de Minas. De janeiro a dezembro de 2012, as exportações de frutas e derivados do Jaíba totalizaram US$ 997,62 mil. O município exportou 1,3 mil toneladas de frutas.
O Programa de Apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais de Minas Gerais foi criado por meio de uma parceria entre o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o Sistema Fiemg, por intermédio do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), o Sebrae-MG e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), além do apoio dos sindicatos e associações envolvidos.
Os APLs são aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, com foco em um conjunto especifico de atividades econômicas com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade das empresas dos APLs participantes. O programa trabalha para implementar atividades em áreas de apoio como capacitação e assessoria empresarial; tecnologia industrial básica e inovação tecnológica e organizacional; meio ambiente e desenvolvimento social; logística; comercialização, prospecção de mercado e exportações; governança, gestão e administração do APL.

Conselho Regulador
O uso e aplicação da marca serão definidos por um Conselho Regulador, já constituído e composto por produtores atuantes na região que serão responsáveis pelo controle da qualidade e a consistência dos produtos. Atualmente, o conselho discute a formulação de seu estatuto, que contem as regras que os produtores deverão seguir para terem seu produto certificado e as formas de fiscalizar o cumprimento das mesmas.
Buscando melhorar seus conhecimentos, os membros do Conselho Regulador fizeram uma visita aos produtores de café do cerrado mineiro para trocar informações acerca do tema de consolidação de uma marca de certificação de origem. A visita à região se deu pelo fato de que o café do cerrado ter sido também uma iniciativa pioneira que contribuiu para melhorar a qualidade dos produtos, as condições de venda do produtor, incentivar processos produtivos mais sustentáveis e favorecer a organização dos produtores em prol de seus interesses comuns.
A Região do Cerrado Mineiro foi a primeira indicação geográfica no Brasil a ter um projeto de Place Branding (estratégia de marcas para países, cidades e regiões, similar ao que será feito para o Jaíba), estruturado durante 2010. A estratégia visava influenciar a evolução da atividade cafeeira e envolver os 4.500 produtores dos 55 municípios que integram a indicação geográfica Região do Cerrado Mineiro, que se destaca tanto pela alta qualidade dos seus cafés quanto pela sua alta produtividade.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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