Porteirinha amanheceu sob forte aparato policial nesta segunda-feira (13/10), com a deflagração da operação “Aparando Arestas”, da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). A ação mirou diretamente o coração do crime organizado que há anos atormenta a cidade, culminando na prisão de um homem de 43 anos, apontado como um dos traficantes mais antigos e influentes de Porteirinha.
Segundo os investigadores, o suspeito mantinha uma rede criminosa complexa e lucrativa, com ramificações nos bairros Bela Vista e Cidade Alta, de onde comandava a distribuição de drogas, a lavagem de dinheiro e a movimentação de valores expressivos.
Durante o cerco policial, o homem tentou escapar desesperadamente, pulando muros de casas vizinhas — mas acabou sendo interceptado após um intenso acompanhamento. Com ele, foram apreendidos dinheiro em espécie e celulares que serviam para coordenar o esquema ilícito.
Apreensões milionárias e bloqueio de contas
A operação não se limitou à prisão. Em mandados de busca e apreensão cumpridos simultaneamente, os agentes encontraram balança de precisão, anotações detalhadas da contabilidade do tráfico, cheques, cartões bancários e documentos que comprovam movimentações financeiras suspeitas.
A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 500 mil em contas bancárias e o sequestro de veículos de luxo pertencentes ao investigado — medidas que, segundo o delegado André Brandão, “visam cortar o fluxo de dinheiro que alimenta o poder econômico do crime em Porteirinha”.
“O bloqueio judicial é essencial para impedir que o investigado continue movimentando ou ocultando o dinheiro do tráfico. Nosso foco é atingir o patrimônio e o poder econômico do crime organizado”, afirmou o delegado.
O império do tráfico em Porteirinha
As investigações da PCMG revelam que o homem, sem qualquer ocupação formal, ostentava uma vida de luxo incompatível com sua renda declarada. O lucro obtido com o tráfico era usado para comprar imóveis, veículos e bens de alto valor, sempre em nome de terceiros — uma estratégia típica da lavagem de dinheiro.
“Ele construiu uma fachada de sucesso para disfarçar o dinheiro sujo do tráfico, mantendo o controle de comparsas que atuavam diretamente na armazenagem e distribuição das drogas”, detalhou Brandão.
Golpe duro no crime organizado
A operação “Aparando Arestas” é resultado direto do desdobramento da operação “Efeito Dominó – Fase II”, deflagrada em setembro, que já vinha mapeando e enfraquecendo o braço financeiro das facções criminosas do Norte de Minas.
Com a prisão deste suspeito, a PCMG acredita ter atingido um dos principais elos do tráfico em Porteirinha, responsável por financiar e expandir o comércio ilegal de entorpecentes na região.
O homem preso permanece à disposição da Justiça e deverá responder por tráfico de drogas, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Enquanto isso, a população de Porteirinha acompanha com alívio e esperança mais um golpe certeiro das forças de segurança contra o crime organizado que, por anos, tentou se enraizar na cidade.
Operação Aparando Arestas: a lei avança, o crime recua. E Porteirinha respira aliviada.
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