Justiça Eleitoral cassa mandato do prefeito e vice de Cristália por abuso de poder econômico nas eleições de 2024


Na manhã desta segunda-feira, 25 de agosto, a Comarca de Grão Mogol proferiu uma decisão que promete mudar os rumos políticos de Cristália, no Norte de Minas Gerais. A juíza eleitoral Kellymar Pedrosa de Sousa determinou a cassação do mandato do prefeito Jairo Júnior e de sua vice, Elizete Cabral, por abuso de poder econômico durante as eleições municipais de 2024.

Segundo o processo, as investigações comprovaram que a chapa eleita utilizou recursos financeiros de forma ilícita para influenciar o resultado do pleito. A decisão aponta que, além do uso indevido de dinheiro, há registros em vídeo que mostram montantes de valores em espécie que teriam sido usados para a compra de votos. Além disso, diversos depoimentos de eleitores foram colhidos, confirmando a prática de compra de sufrágio tanto com pagamentos em dinheiro quanto por transferências via PIX.

Provas robustas e decisão judicial
A sentença da juíza Kellymar Pedrosa foi embasada em provas materiais consideradas “robustas e incontestáveis”, entre elas os vídeos, documentos apreendidos e testemunhos de moradores da cidade que assumiram ter negociado seu voto. Para a magistrada, o esquema montado pela chapa feriu a lisura do processo eleitoral e configurou claro abuso de poder econômico.

“A decisão era aguardada diante do volume de provas anexadas ao processo. Trata-se de uma prática que compromete a democracia e mina a confiança da população nas instituições”, destacou um advogado eleitoral ouvido pela reportagem.

Recurso ainda é possível, mas cenário é desfavorável
Apesar da cassação em primeira instância, a defesa de Jairo Júnior e Elizete Cabral ainda pode recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Em seguida, caso necessário, a discussão pode chegar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, que terá a palavra final sobre a manutenção ou não da sentença.

No entanto, especialistas em direito eleitoral ouvidos pelo jornal afirmaram que as chances de reversão são mínimas, dado o conjunto de provas apresentadas.

Impactos políticos e nova investigação em curso
A cassação abre um período de instabilidade política em Cristália. Até que os recursos sejam analisados, a cidade deve enfrentar incertezas administrativas. Dependendo da decisão em instâncias superiores, pode ser convocada uma nova eleição suplementar para a escolha do futuro prefeito.

Paralelamente, a Polícia Federal conduz uma investigação própria sobre o caso, tendo já colhido depoimentos de moradores que confirmaram a venda de votos. Esse inquérito poderá resultar em novas penalidades de natureza criminal, além das consequências eleitorais.

O sofrimento de uma cidade em crise
Cristália, município que já enfrenta sérias dificuldades sociais e econômicas, vive um clima de revolta e frustração. Moradores relatam que a atual gestão trouxe mais prejuízos do que avanços, classificando o governo de Jairo Júnior como “incompetente e devastador” para a cidade.

A decisão desta segunda-feira é vista como um alívio por parte da população que denuncia práticas políticas condenáveis e espera por um futuro mais justo e transparente.

Agora, a expectativa é pelo andamento dos recursos e pela atuação da Justiça Eleitoral e Federal para garantir que os responsáveis sejam punidos e que o processo democrático em Cristália seja restabelecido.

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