Preso por estuprar mulheres em sessões espirituais de cura agia com pretexto de que abusos eram necessários para os rituais, diz delegada


A delegada que investiga o caso do homem que foi preso por estuprar mulheres durante sessões espirituais de cura em Monjolos disse que ele agia com o pretexto de que os abusos eram necessários para os rituais. O caso foi revelado pela Polícia Civil nessa quarta-feira (10).

Segundo a delegada Kíria Orlandi, a investigação começou após a PCMG receber uma denúncia anônima de que três mulheres haviam sido vítimas do homem. Os policiais conseguiram identificar as mulheres mencionadas, mas apenas uma delas prestou depoimento.

“Esse indivíduo já era conhecido no local pela prática de supostas curas espirituais. Essas mulheres, em função de alguma vulnerabilidade ou fragilidade emocional, buscavam essas sessões de curas. Uma dessas mulheres, que foi a primeira vítima ouvida pela delegacia, narrou que ele combinava um valor e comparecia na residência dessa vítima e abusava sexualmente dela sobre o pretexto de que aquilo era necessário para o ritual de cura espiritual.”

De acordo com a delegada, após pedir a primeira quantia, o homem solicitava mais dinheiro. Diante da negativa em fazer o pagamento, ele extorquiu a vítima.

“Inicialmente, ela pagou esses valores, que seriam um acréscimo para essa cura espiritual. Quando ela passou a não pagar mais esses valores que ele pedia, ele passou a extorqui-la, dizendo que a havia feito um vídeo do ritual espiritual e que iria divulgar esse vídeo, o que causou nela imenso constrangimento.”

A delegada explica que ainda não tem confirmação de que esses vídeos de fato existem, já que a vítima não teve acesso a eles. A polícia vai confirmar se a gravação existe a partir da perícia nas mídias eletrônicas apreendidas com o investigado. Como a vítima não autorizou a gravação, ele poderá responder criminalmente por isso.

A PCMG acredita que mais mulheres possam ter sido vítimas do homem, mas elas não procuraram pelas autoridades por medo ou vergonha.

“Estamos identificando novas vítimas e estamos tentando convencer as vítimas já identificadas a prestarem depoimento e dizerem o que de fato aconteceu com elas, porque essas vítimas têm medo e vergonha. [...] Que as vítimas tenham em nós uma confiança para contar o que de fato aconteceu e para permitir que busquemos uma punição exemplar para fatos como esse”, conclui a delegada.

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