Varzelândia: Enfermeira que perdeu tia diagnosticada com coronavírus faz alerta: 'A doença está se expandindo e não é brincadeira'

Gircelia está em isolamento com os filhos; quarentena
 termina nessa quinta-feira (30) — Foto: Arquivo pessoal

(Por Marina Pereira, G1 Grande Minas) “Muitas pessoas não querem acreditar na doença e só vão levar a sério quando perderem alguém, mas já vai ser tarde”, o alerta é da enfermeira Gircelia Ferreira que perdeu uma tia diagnosticada com coronavírus, em Varzelândia, no Norte de Minas.

A idosa de 75 anos fazia tratamento em São Paulo há um ano e apresentou os sintomas da doença assim que retornou para a região. A sobrinha explica que ela estava com nódulos no pulmão e também precisava fazer um transplante de medula.

“O médico de São Paulo indicou que a minha tia retornasse para casa e em junho, ela voltaria para fazer o acompanhamento. Não sabemos como ela se contaminou”, disse.

Segundo Gircelia, a tia acreditava na doença, ficou isolamento quando chegou de São Paulo e só teve contato com familiares. Ela faleceu no hospital Municipal Senhora Santana, em Brasília de Minas, e o resultado do exame foi divulgado dia 18 de abril. Antes de ser transferida, a idosa recebeu atendimento nos hospitais de Varzelândia e São João da Ponte.

“Foi uma surpresa quando saiu o resultado positivo. Ficamos muito assustados e foi um baque para toda a família, principalmente para o marido dela, que ficou muito abalado”.

A enfermeira acompanhou a tia nos hospitais e está em isolamento domiciliar com os dois filhos, de 12 e 15 anos. Nenhum deles apresentou sintomas, mas ela relata que tem medo da doença e teme principalmente pela saúde dos filhos.

“Não é só idoso que pode ter complicação, todas as pessoas precisam se proteger. Meus filhos não saem de casa e quando eu voltar a trabalhar, eles vão permanecer em isolamento. Quem puder, deve ficar em casa e se houver necessidade de sair, que faça isso com cautela. Os municípios também deveriam monitorar o cumprimento das medidas de prevenção nas ruas”, alerta.

Gircelia trabalha na atenção primária há 12 anos e diz que nunca vivenciou nada parecido com a pandemia do coronavírus.

“A pandemia tirou todo mundo da zona de conforto. Acho que depois que isso tudo passar, vai haver melhoras no setor de saúde no sentido de aperfeiçoamento dos profissionais. Não é momento para brincadeira, a doença está se expandido e as pessoas devem se conscientizar”.

Casos na cidade
O município notificou 51 casos, três foram descartados por exames e 36 por alta clínica. Onze casos continuam sendo investigados e os pacientes estão em isolamento domiciliar.

Comentários

  1. Muito esclaredor o depoimento da enfermeira Gircelia. Todos devemos fazer a nossa parte.

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