Dono da fazenda Norte-América, irmão e amigo dele são tidos como foragidos da Justiça
As Polícias Civil e Militar apresentaram na manhã desta segunda-feira (12) os resultados da operação “Paz no Campo”, realizada neste domingo (11). Data em que foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, efetuada uma prisão e ainda decretado que estão foragidos o dono da Fazenda Norte-América, Leonardo de Andrade, o irmão dele, Bernardo Alexandre Andrade e o amigo, Júlio César Cardoso Torquato.
A operação foi desencadeada após o confronto na fazenda, em Capitão Enéas, na última quinta-feira (8), onde seis integrantes do movimento Frente Nacional de Luta de Campo e Cidade (FNL), que invadiram a sede do local, foram feridos. Segundo a Polícia Civil, o ex-secretário de Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros, Léo Andrade, que está em tratamento contra um câncer na garganta é o principal suspeito de ser o mandante do crime.
“Os mandados de prisão tinham como objetivo conduzi-los ao cárcere e os de busca e apreensão para pegar objetos que levassem a ligação do crime, a comprovação de que efetivamente participaram do crime. Nós temos indícios suficientes para comprovar a ligação deles e esses indícios foram suficientes para que fosse pedida a prisão deles junto ao Judiciário. O Léo é o proprietário da fazenda e as primeiras investigações o apontam como mandante do crime, o Bernardo e o Júlio são coparticipantes, eles ajudaram na dinâmica, foram realizadas várias diligências, mas eles não foram encontrados e agora estão na qualidade de foragidos”, afirma o chefe de Departamento de Polícia de Montes Claros, Renato Nunes Henriques.
Patrícia Coimbra, uma das integrantes do movimento, afirma que todo o ataque foi articulado pelos donos da propriedade e que no dia do crime, cerca de 20 homens armados desceram de um caminhão-baú, agrediram e atiraram contra os integrantes do FNL.
“Eles entraram agrediram as pessoas, atingiram crianças, tem crianças até agora no mato, quebraram carros e todo o terror que poderiam fazer, eles fizeram, mandaram amarrar as pessoas, mulheres, senhoras e idosos apanharam. Todos foram muito agressivos, inclusive o advogado e a gerente da fazenda, eu não os vi, mas os nossos companheiros viram e todos os conhecem, eles bateram e mandaram amarrar todo mundo, a gerente queimou todos os documentos”, relata.
Neste domingo, durante a operação, um dos integrantes do FNL, de 22 anos, foi preso portando uma arma de fogo e usando roupas camufladas semelhantes à do exército.
Fazenda
A Soebras, na época, divulgou nota negando que ela ou os fundadores da associação sejam os proprietários da Fazenda Norte-América e afirmou ainda que a fazenda possui convênio com a Soebras para as aulas práticas dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia.
Após a invasão, foi acordado que os participantes do movimento ficaram em um espaço da fazenda e não na sede, mas no dia 18 de fevereiro, cerca de 150 pessoas integrantes do FNL permanecem invadiram a sede onde permanecem.
A uma grande discussão em torno de quem seria o dono da propriedade e a polêmica foi esclarecida pela Polícia Civil, que afirma que o a fazenda está no nome da mãe de Léo Andrade.
“Eles compraram a fazenda pagando uma parte em espécie e assumindo uma dívida junto aos órgãos públicos, isso é um negócio comum, as pessoas fazem isso, as vezes compra um carro alienado, o carro está pago uma parte e eles assumem aos credores e viram os proprietários, isso é normal e não tem nada de criminoso”, explica o delegado Renato Nunes.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) confirmou que a Fazenda Norte-América está hipotecada pelo Banco do Brasil e que passou por negociação entre 2002 e 2004 e em seguida, em 2017, quando foram procurados para a aquisição do imóvel, mas pediram documentos que nunca foram entregues. O nome da pessoa que os procurou não foi divulgado.
Investigações
A fazenda possui outros registros de conflitos desde que foi invadida. Até o momento quatro inquéritos foram instaurados para apurar crimes ocorridos no local, em que os integrantes do FNL e os donos da fazenda se alternam entre autores e vítimas. O primeiro, instaurado em abril de 2017, após isso, no dia 18 de fevereiro de 2018, houve a invasão na sede e dois dias depois ocorreu uma tentativa de homicídio contra um dos responsáveis pela fazenda e, nesta quinta mais um conflito.
“Tramitam quatro inquéritos, dois que os invasores são autores e dois que os proprietários são autores. Esses quatro tramitam e em breve todos serão encaminhados à Justiça para que realmente volte a reinar a paz no campo, este é o nosso propósito, para que eventos como este não voltem a acontecer, se não houver uma ação da polícia e do Estado vira uma tragédia anunciada, pode acontecer mortes”, afirma o delegado.
Desde o último confronto na quinta-feira, o policiamento ostensivo vem sendo realizado no local.
“Aqueles conflitos na fazenda vem ocorrendo desde janeiro e desde então as policias civil e militar vem fazendo um acompanhamento, especificamente, após o fato da quinta-feira, logo que chegou a informação, pedimos reforço e conseguimos efetuar a prisão de 13 pessoas, dentre elas o advogado, a gerente da fazenda e ainda apreender 12 armas de fogo. Desde a quinta-feira, vimos fazendo o policiamento preventivo e esse policiamento será feito até quando acharmos necessário para que não aconteça nenhum fato semelhante”, afirma o Tenente Coronel Rômulo.
A operação foi desencadeada após o confronto na fazenda, em Capitão Enéas, na última quinta-feira (8), onde seis integrantes do movimento Frente Nacional de Luta de Campo e Cidade (FNL), que invadiram a sede do local, foram feridos. Segundo a Polícia Civil, o ex-secretário de Desenvolvimento Sustentável de Montes Claros, Léo Andrade, que está em tratamento contra um câncer na garganta é o principal suspeito de ser o mandante do crime.
“Os mandados de prisão tinham como objetivo conduzi-los ao cárcere e os de busca e apreensão para pegar objetos que levassem a ligação do crime, a comprovação de que efetivamente participaram do crime. Nós temos indícios suficientes para comprovar a ligação deles e esses indícios foram suficientes para que fosse pedida a prisão deles junto ao Judiciário. O Léo é o proprietário da fazenda e as primeiras investigações o apontam como mandante do crime, o Bernardo e o Júlio são coparticipantes, eles ajudaram na dinâmica, foram realizadas várias diligências, mas eles não foram encontrados e agora estão na qualidade de foragidos”, afirma o chefe de Departamento de Polícia de Montes Claros, Renato Nunes Henriques.
Patrícia Coimbra, uma das integrantes do movimento, afirma que todo o ataque foi articulado pelos donos da propriedade e que no dia do crime, cerca de 20 homens armados desceram de um caminhão-baú, agrediram e atiraram contra os integrantes do FNL.
“Eles entraram agrediram as pessoas, atingiram crianças, tem crianças até agora no mato, quebraram carros e todo o terror que poderiam fazer, eles fizeram, mandaram amarrar as pessoas, mulheres, senhoras e idosos apanharam. Todos foram muito agressivos, inclusive o advogado e a gerente da fazenda, eu não os vi, mas os nossos companheiros viram e todos os conhecem, eles bateram e mandaram amarrar todo mundo, a gerente queimou todos os documentos”, relata.
PrisõesAté o momento, 13 pessoas foram presas e dos 11 mandados expedidos, oito foram cumpridos em Montes Claros, um na fazenda e outro em Belo Horizonte. Entre os presos, está a gerente da fazenda, Andreia Beatriz e o advogado, Robson Lima.
“Existiam mais pessoas, eram cerca de 20 pessoas e nós identificamos 12, então as investigações prosseguem para identificar os outros autores materiais do crime. Os pedidos de busca e apreensão foram para buscar provas para subsidiar o inquérito que apura o crime e foram cumpridos no apartamento da mãe do Léo Andrade, em Belo Horizonte, em algumas residências em Montes Claros e na fazenda em Capitão Enéas”, afirma o delegado Renato Nunes.
Neste domingo, durante a operação, um dos integrantes do FNL, de 22 anos, foi preso portando uma arma de fogo e usando roupas camufladas semelhantes à do exército.
“Nós, juntamente com a Polícia Civil, nos deslocamos para o local e ao chegar já deparamos com um dos assentados armado fugindo pelos fundos e foi procedida a abordagem. Apreendemos a espingarda calibre .28 armada com um cartucho e nos bolsos tinham outros quatro cartuchos. Ele usava uma roupa camuflada semelhante à do exército”, afirma o Comandante do Policiamento Especializado Tenente Coronel Rômulo Gonçalves.
Fazenda
A Fazenda Norte-América foi invadida em janeiro de 2017. À época da ocupação, o movimento divulgou que cerca de 150 famílias participavam da ação e afirmaram que a fazenda possui cerca de três mil hectares e pertenceria à Associação Educativa do Brasil (Soebras), que segundo eles, teria arrematado a fazenda em um leilão, devido a uma dívida da fazenda com um banco federal, que ainda não foi paga.
A Soebras, na época, divulgou nota negando que ela ou os fundadores da associação sejam os proprietários da Fazenda Norte-América e afirmou ainda que a fazenda possui convênio com a Soebras para as aulas práticas dos cursos de Medicina Veterinária e Zootecnia.
Após a invasão, foi acordado que os participantes do movimento ficaram em um espaço da fazenda e não na sede, mas no dia 18 de fevereiro, cerca de 150 pessoas integrantes do FNL permanecem invadiram a sede onde permanecem.
A uma grande discussão em torno de quem seria o dono da propriedade e a polêmica foi esclarecida pela Polícia Civil, que afirma que o a fazenda está no nome da mãe de Léo Andrade.
“Eles compraram a fazenda pagando uma parte em espécie e assumindo uma dívida junto aos órgãos públicos, isso é um negócio comum, as pessoas fazem isso, as vezes compra um carro alienado, o carro está pago uma parte e eles assumem aos credores e viram os proprietários, isso é normal e não tem nada de criminoso”, explica o delegado Renato Nunes.
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) confirmou que a Fazenda Norte-América está hipotecada pelo Banco do Brasil e que passou por negociação entre 2002 e 2004 e em seguida, em 2017, quando foram procurados para a aquisição do imóvel, mas pediram documentos que nunca foram entregues. O nome da pessoa que os procurou não foi divulgado.
Investigações
A fazenda possui outros registros de conflitos desde que foi invadida. Até o momento quatro inquéritos foram instaurados para apurar crimes ocorridos no local, em que os integrantes do FNL e os donos da fazenda se alternam entre autores e vítimas. O primeiro, instaurado em abril de 2017, após isso, no dia 18 de fevereiro de 2018, houve a invasão na sede e dois dias depois ocorreu uma tentativa de homicídio contra um dos responsáveis pela fazenda e, nesta quinta mais um conflito.
“Tramitam quatro inquéritos, dois que os invasores são autores e dois que os proprietários são autores. Esses quatro tramitam e em breve todos serão encaminhados à Justiça para que realmente volte a reinar a paz no campo, este é o nosso propósito, para que eventos como este não voltem a acontecer, se não houver uma ação da polícia e do Estado vira uma tragédia anunciada, pode acontecer mortes”, afirma o delegado.
Desde o último confronto na quinta-feira, o policiamento ostensivo vem sendo realizado no local.
“Aqueles conflitos na fazenda vem ocorrendo desde janeiro e desde então as policias civil e militar vem fazendo um acompanhamento, especificamente, após o fato da quinta-feira, logo que chegou a informação, pedimos reforço e conseguimos efetuar a prisão de 13 pessoas, dentre elas o advogado, a gerente da fazenda e ainda apreender 12 armas de fogo. Desde a quinta-feira, vimos fazendo o policiamento preventivo e esse policiamento será feito até quando acharmos necessário para que não aconteça nenhum fato semelhante”, afirma o Tenente Coronel Rômulo.
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