AMAMS participa de Audiência Pública que pede a inclusão de 85 municípios no semiárido da Sudene e pede aproximação de Minas com o Nordeste
No seu discurso, José Reis afirmou que existe realmente necessidade de discutir o semiárido em Minas Gerais, pois recentemente, se não fosse a articulação da AMAMS e do Estado, 50 municípios mineiros seriam excluídos dessa jurisdição, com a alegação de estarem fora dos critérios técnicos fixados, como aridez, pluviometria e baixos indicadores de chuvas, quando o Norte de Minas tem vários municípios que apresentaram apenas 500 a 600 milímetros de chuvas. Na oportunidade o Presidente da AMAMS propôs a inclusão de um quarto critério, que é de vulnerabilidade social.
José Reis salientou que observou que Minas Gerais é considerada intrusa pelos nordestinos, apesar da Sudene ter sido iniciativa do mineiro Juscelino Kubstichek. Ele afirma que esse preconceito é observado apenas nos bastidores, pois abertamente isso não ocorre. Citou o caso da resolução de renegociação das dividas rurais, que atendeu todos Estados da área de jurisdição da Sudene, inclusive o Espírito Santo, mas deixou Minas Gerais de fora, o que levou a fazer uma mobilização para rever a situação.
Por fim, o presidente José Reis propôs que as instituições de pesquisas de Minas Gerais concentrem os seus esforços para elaborar os estudos técnicos que justifiquem a relevância de manter os atuais municípios no semiárido, pois o Ministério da Integração Nacional prorrogou a mudança no projeto para 2021. Com isso, será necessário pegar todos indicadores das baixas chuvas e outros fatores, para justificar o argumento de ampliação da área mineira do semiárido. O diretor técnico da Agencia Nacional de Assistência Técnica, José Maria Pimenta reforçou a importância da pesquisa cientifica e propôs que fosse instalado um Radar Meteorológico na região para informar os dados oficiais e corretos de chuvas.
O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, Ricardo Laughton, reforçou os danos causados pela seca nos últimos seis anos, com poucas chuvas e ainda concentradas. A deputada Raquel Muniz informou que tem procurado andar junto com os deputados que formam a Bancada Nordestina. O deputado José Silva lamentou que haja esse preconceito contra Minas Gerais, por parte dos nordestinos, pois frisa que quando se precisam dos mineiros, os convidam e os inserem nas discussões, mas que, depois que se conseguem os benefícios, tem deixado os mineiros de fora.
O diretor técnico da AMAMS, Raphael Castro Mota alertou aos participantes da reunião para reverem o estudo usado pelo Governo para estabelecer as mudanças no semiárido, pois eles estão defasados, pois as mudanças climáticas foram enormes. Lembrou ainda que a inserção no semiárido deve ser com bases em critérios técnicos, o que concede mais consistência ao projeto.
Fotos: Pérola Oliveira Santiago
Ascom | AMAMS
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