(Por Fábio Oliva) Bonito de Minas está entre os municípios do Norte de Minas que menos investem em saneamento básico. De 2013 a 2015, apenas R$ 63.378,60 foram investidos nesse setor. O valor corresponde a 0,124% do orçamento de R$ 51,2 milhões do triênio. O investimento em saneamento só não foi menor do que o em desporto e lazer, que ficou na ordem de R$ 62.254,20 (0,122%). As conclusões são baseadas em análises de relatórios e informações fornecidas pela Prefeitura de Bonito de Minas ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) através de uma inovadora ferramenta gerencial, denominada Diagnóstico Público, disponível no site http://www.diagnosticopublico.com.
Desenvolvida por dois ex-prestadores de serviços ao TCE-MG, a nova ferramenta facilita o controle social dos gastos públicos. Possibilita ainda que os cidadãos avaliem a qualidade das escolhas feitas pelos gestores ao decidirem onde investir o dinheiro da população. A nova ferramenta é uma versão mais avançada do “Fiscalize Agora”, disponível no site http://fiscalizeagora.org/fiscalize.php.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o nível dos investimentos em saneamento básico reflete diretamente na redução da capacidade do município em atrair negócios, alavancar empresas, gerar empregos e estimular a economia local.
Segundo o IBGE, quando o assunto é infraestrutura, cidades como Bonito de Minas ficam muito menos competitivas.
Um estudo feito anualmente pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas) aponta o peso da falta de saneamento básico, de estradas asfaltadas e de estruturas financeiras na vida dos empresários locais, que lutam diariamente com dificuldade para manter as portas abertas.
O Índice de Competitividade, calculado anualmente pelo Sebrae Minas revela que Bonito de Minas foi a cidade que apresentou o pior índice de competitividade dentre os 853 municípios mineiros, um exemplo de lugar sem a infraestrutura adequada para se investir na abertura de novos negócios.
Com uma população de 9.812 habitantes, o município de Bonito de Minas possui uma renda média mensal por habitante de R$ 270,83, conforme informações do Censo 2010. Para se ter uma ideia, 36,2% das casas nem sequer possuem água encanada, segundo estimativas do IBGE.
"Para fazer a pesquisa, nós nos baseamos na capacidade que a cidade tem para atrair investimentos e reter empresas. Vários fatores são importantes, desde a presença de instituições financeiras e de pesquisa, até a infraestrutura local", explicou a analista de inteligência empresarial do Sebrae-Minas, responsável pela pesquisa de competitividade dos municípios, Venússia Santos.
Segundo a especialista, dificilmente os resultados de competitividade de Bonito de Minas sofrerão alterações em um curto prazo. Isso porque as condições dos municípios são determinantes para a abertura de empresas, que, por sua vez, estimulam investimentos públicos em melhoria da área”.
Enquanto isso, cidades com o baixo índice de competitividade convivem com o estigma de um perfil econômico voltado apenas para o agronegócio e para o comércio de subsistência. E assim, permanecem sem grandes aportes durante vários anos e "espantam" indústrias e empresas de grande porte, que poderiam alterar um pouco esse quadro, com a realização de aportes e geração de empregos.
Ao lado de Bonito de Minas, com uma avaliação negativa, ficaram municípios como Frei Lagonegro, no Vale do Rio Doce; Monte Formoso, no Vale do Jequitinhonha; Santo Antônio do Retiro e São João das Missões, no Norte. Todas as cinco cidades tiveram o nível de competitividade classificado como muito baixo. Já dentre as que se destacaram positivamente ficaram Uberlândia, no Triângulo Mineiro; Nova Lima, na RMBH; e Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Enquanto isso, cidades com o baixo índice de competitividade convivem com o estigma de um perfil econômico voltado apenas para o agronegócio e para o comércio de subsistência. E assim, permanecem sem grandes aportes durante vários anos e "espantam" indústrias e empresas de grande porte, que poderiam alterar um pouco esse quadro, com a realização de aportes e geração de empregos.
A pesquisa, realizada pelo Sebrae Minas desde 2010, aponta características locais que podem gerar vantagens competitivas ou criar obstáculos para o desenvolvimento das empresas. O Índice de Competitividade é baseado em cinco características: performance econômica, suporte aos negócios, capacidade de alavancagem do governo, quadro social e infraestrutura. Os indicadores são baseados no Índice de Competitividade das Nações, que é calculado pelo International Institute for Management Development (IMD), que mede a capacidade do país de criar e manter um ambiente competitivo para as empresas.
O Índice de Competitividade dos Municípios Mineiros, do Sebrae Minas, tem como objetivo entender as características das cidades de Minas Gerais no que se refere à performance econômica, à capacidade de alavancagem do governo, ao quadro social, ao suporte aos negócios, à infraestrutura e a esse conjunto total de fatores (índice geral). A partir dessas informações o Sebrae Minas avalia em quais aspectos os municípios estão melhores e em quais apresentam resultados mais desfavoráveis.
OUTRO LADO
O Blog não conseguiu contato com a secretária municipal de Saúde de Bonito de Minas, Suelen Ferreira, nem com o secretário municipal de Transportes e Obras Públicas, Almir. Os números de telefone fornecidos pela Prefeitura (9 9907-83XX e 9 9742-4887) não atenderam as ligações.
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