Frutas de Jaíba, no Norte de MG, são expostas e vendidas em Berlin
Região produz 500 mil toneladas de banana por ano (Foto: Reprodução/ Inter TV) |
Além da participação no evento, que é o maior do mundo no gênero, os produtos serão vendidos experimentalmente por 15 dias no espaço goumert de uma tradicional loja de departamentos da cidade. A aceitação do público irá determinar se as frutas serão comercializadas permanentemente.
“A feira nos oferece a possibilidade de que qualquer importador do mundo todo possa conhecer os nossos produtos. Nós queremos que a nossa região seja reconhecida e que as nossas frutas sejam mais demandadas e tenham maior valor agregado. A fruticultura é fundamental para a nossa economia; para se ter uma ideia, cada hectare gera um emprego direto e um indireto, são 40 mil, então são 120 mil postos de trabalho”, explica Saulo Lage, presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas.
Identidade
Com o objetivo de identificar as frutas, foi criada uma marca, a “Região do Jaíba”, no fim do ano passado, e que integra, atualmente, 18 produtores de sete municípios. Foram investidos mais de R$ 500 mil para a criação do selo, com participação dos produtores, do Governo de Minas e Sebrae.
Saulo Lage explica que os produtos serão identificados com um QR Code, que funciona como um código de barras e pode ser lido com um celular, por meio do qual o consumidor terá várias informações, como a história de quem cultiva, o local de plantio e até a data da colheita. “Este é um projeto pioneiro, nunca feito em nenhuma outra região do país".
Segundo estimativas da Abanorte, são produzidas por ano 500 mil toneladas de banana, 90 mil de manga, 80 mil de mamão e 50 mil de limão. Apenas 15% da produção de manga e limão são exportadas, principalmente para a Europa. Para fazer parte da Região do Jaíba, Saulo Lage diz que é preciso que as frutas estejam em um alto padrão de qualidade.
“O nosso grande desafio é nos tornarmos a primeira região do mundo a exportar a banana prata. Muitas pessoas não acreditam que existe mercado para a fruta, porque os consumidores do mundo estão acostumados com a do tipo Cavendish, popularmente conhecida por nanica ou caturra. Mas sempre quando a levamos em eventos, há uma ótima aceitação. Além disso, quantos consumidores brasileiros que vivem em outros países não sentem saudade da banana prata que comiam aqui”, destaca Lage.
Dificuldade
A principal dificuldade para a exportação das frutas é a logística. No caso da região onde o projeto está, Lage afirma que as estradas são precárias e insuficientes. Ele cita o exemplo das bananas, que devem ser transportadas por avião, é preciso levá-las até São Paulo, apesar de que Montes Claros e Belo Horizonte, cidades mais próximas, terem aeroporto.
Para a Brasília e Goiânia, que são grandes regiões consumidores, nós não temos acesso, geograficamente estamos mais perto desses locais que os produtores da Bahia, mas logisticamente, eles estão mais próximos e saem na frente. A distância afeta diretamente o preço do frete e, consequentemente, perdemos a concorrência”, explica.
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