“Terras do Norte de Minas”, um livro de arte

(Por Gilda de Castro) Manfred Ernst Leyerer admira muito as paisagens mineiras e tem incentivado a produção de livros que registrem para a posteridade nossos patrimônios natural e cultural. Ele sugeriu, então, a Elaine Machado de Lima Soares uma obra que mostrasse alguns tesouros existentes no vale do rio São Francisco, entre o ribeirão Pandeiros e o rio Peruaçu, reunindo arte e informação para divulgar o Norte de Minas e indicar atividades econômicas que venham beneficiar a comunidade e incentivar a preservação ambiental.
Robson Soares coordenou a equipe, definindo objetivos, atribuições, cronograma e roteiros. Coube a mim redigir o texto para descrever a terra dos Gerais, enfatizando ecossistema, hábitos de alimentação, história, mitologia e celebrações populares. Houve adesão de nove colaboradores, que expressaram suas experiências no município de Januária e seu apreço pelo rio São Francisco. Tudo passou pela revisão de Fátima Campos.
A descrição estendeu-se até Matias Cardoso, o berço de nosso Estado no século XVII, registrando o empenho do Movimento Catrumano para a admissão oficial desse fato histórico e a criação do Dia dos Gerais, com transferência simbólica da capital, no dia 8 de dezembro. Tudo isso justifica essa obra sobre os tesouros materiais e imateriais da região, para que sejam conhecidos mundo afora.
O livro é bilíngue, com tradução para o inglês por Eneida Latham, e está com magnífica apresentação gráfica, pois Juninho Motta obteve belas imagens de recursos naturais, arquitetura, pessoas, instrumentos de trabalho, artesanato, inscrições rupestres e, principalmente, formações rochosas dentro das cavernas. Elas se apresentam em diferentes cores e tamanhos, definidas pela ação da natureza ao longo de milhões de anos. Há fotos de dez colaboradores, que também conseguiram efeitos singulares desse patrimônio.
A beleza das fotografias tornou-se maior com a magistral diagramação realizada por Clara Gontijo, que explorou com rara felicidade as cores, as interseções e a disponibilidade de cada item, enquanto ajustava o texto às imagens para que ele não quebrasse o embevecimento de quem manuseará o livro. Seu trabalho encerrou o tom superlativo que Manfred Leyerer idealizou e a comunidade merece. Isso foi complementado com o DVD produzido por Dêniston Diamantino com ótimas cenas daquele trecho do vale do São Francisco.
“Terras do Norte de Minas” encerra um forte apelo para a revitalização do Velho Chico com criação de infraestrutura que sustente o turismo voltado para os apreciadores de cavernas, sítios arqueológicos e cursos d’água sem as marcas de degradação ambiental. A equipe espera, portanto, que haja, brevemente, em Januária e arredores, uma atividade econômica sedimentada na proteção plena dos recursos naturais em benefício da população local.
O projeto foi patrocinado pela Vallourec, cumprindo mais uma vez seus princípios de responsabilidade social diante de Minas Gerais.

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