Polícia Federal na caça a (maus) prefeitos do Norte de Minas
Os nomes das operações da Polícia Federal no Norte de Minas mudam de acordo com a criatividade dos agentes responsáveis. Só não muda a situação dos moradores de uma região pobre e castigada por maus prefeitos que desviam para seus bolsos os recursos públicos. A última operação, a “Sertão-Veredas”, desencadeada na madrugada de segunda-feira (27), tem como objetivo cumprir dez mandados de busca e apreensão, 21 mandados de sequestro de bens e 14 de prisão, em seis municípios mineiros, dois baianos e um capixaba.
Não é a primeira vez que prefeitos de Montes Claros, São Francisco, Itacarambi, Januária, Manga e Janaúba são caçados pela PF. O desinteresse dos eleitores por questões políticas facilita o sucesso de políticos desonestos nas urnas. Espera-se que a Lei da Ficha Limpa sirva de barreira aos já condenados e que o Judiciário seja mais rápido na conclusão dos processos desencadeados pelas operações da Polícia Federal, para afastar os culpados das urnas. A Polícia Federal informou que os suspeitos formaram uma quadrilha que atuava principalmente em Januária e Itacarambi. São empresários, servidores públicos e agentes políticos que fraudavam licitações, direcionando-as para determinadas empresas, cujos contratos não eram fiscalizados. Servidores públicos atestam a conclusão de obras, mesmo quando inexistentes ou incompletas. As empresas emitiam notas fiscais frias sobre trabalhos não realizados. Obras feitas não obedeciam às especificações do projeto. O lucro assim obtido era aplicado em imóveis ou outros bens localizados em outros estados e registrados em nome de ‘laranjas’.
É uma prática bem conhecida. Quando descobertos, os corruptos podem responder na Justiça por crimes contra a administração pública, por formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Se forem condenados por todos os crimes, podem pegar mais de 30 anos de prisão.
Mas parece que o crime compensa, pois há sempre um prefeito querendo tentar a sorte, confiando na impunidade. Às vezes falha. Em Januária, entre 2003 e 2004, um prefeito assinou convênio com a Fundação Nacional de Saúde para construir uma estação de tratamento de esgoto. Recebeu R$ 2 milhões e a obra não foi realizada. Só em dezembro de 2011, foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a seis anos e 11 meses de prisão. Com o dinheiro desviado, contratou bom advogado. Fica livre, até que os recursos sejam todos julgados.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
Não é a primeira vez que prefeitos de Montes Claros, São Francisco, Itacarambi, Januária, Manga e Janaúba são caçados pela PF. O desinteresse dos eleitores por questões políticas facilita o sucesso de políticos desonestos nas urnas. Espera-se que a Lei da Ficha Limpa sirva de barreira aos já condenados e que o Judiciário seja mais rápido na conclusão dos processos desencadeados pelas operações da Polícia Federal, para afastar os culpados das urnas. A Polícia Federal informou que os suspeitos formaram uma quadrilha que atuava principalmente em Januária e Itacarambi. São empresários, servidores públicos e agentes políticos que fraudavam licitações, direcionando-as para determinadas empresas, cujos contratos não eram fiscalizados. Servidores públicos atestam a conclusão de obras, mesmo quando inexistentes ou incompletas. As empresas emitiam notas fiscais frias sobre trabalhos não realizados. Obras feitas não obedeciam às especificações do projeto. O lucro assim obtido era aplicado em imóveis ou outros bens localizados em outros estados e registrados em nome de ‘laranjas’.
É uma prática bem conhecida. Quando descobertos, os corruptos podem responder na Justiça por crimes contra a administração pública, por formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Se forem condenados por todos os crimes, podem pegar mais de 30 anos de prisão.
Mas parece que o crime compensa, pois há sempre um prefeito querendo tentar a sorte, confiando na impunidade. Às vezes falha. Em Januária, entre 2003 e 2004, um prefeito assinou convênio com a Fundação Nacional de Saúde para construir uma estação de tratamento de esgoto. Recebeu R$ 2 milhões e a obra não foi realizada. Só em dezembro de 2011, foi condenado pela Justiça Federal, em primeira instância, a seis anos e 11 meses de prisão. Com o dinheiro desviado, contratou bom advogado. Fica livre, até que os recursos sejam todos julgados.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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