PF desarticula quadrilha que teria desviado mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos
Durante a operação foram apreendidos R$ 600 mil em cheques e R$ 60 mil em espécie |
Segundo a PF, os presos durante a operação eram servidores públicos, agentes políticos e empresários, que participavam de esquema fraudulento de licitações em prefeituras durante os anos de 2011 e 2012. A suspeita é que a quadrilha teria desviado mais de R$ 5 milhões dos cofres públicos.
Ao todo 45 mandados judiciais foram cumpridos, sendo dez de busca e apreensão, 21 de sequestro de valores, bens móveis e imóveis e 14 mandados de prisão. Conforme o balanço da operação, foram apreendidos R$ 600 mil em cheques; R$ 60 mil em espécie, 45 veículos de luxo, além de 60 imóveis sequestrados, avaliados em R$ 50 milhões, e documentos que comprovariam as fraudes nas licitações públicas.
As investigações da PF apontam ainda que as fraudes ocorriam, principalmente, em Januária e Itacarambi, no norte de Minas. “As nossas investigações apontam com clareza como o esquema funcionava. Licitações eram feitas com a conivência de servidores que montavam licitações sempre vencidas pelo mesmo grupo, que emitiam notas fiscais frias por serviços não prestados à população como limpeza urbana, manutenção de estradas, pavimentação asfáltica e algumas obras de construção civil, além de locação de máquinas para serviços. Serviços esses que sequer eram fiscalizados, mas que recebiam dos servidores públicos envolvidos no esquema atestados de conclusão mesmo quando incompletas ou inexistentes”, detalha o delegado federal, Marcelo Eduardo Freitas.
Outro delegado que também ajudou nas investigações conta que as verbas desviadas eram, imediatamente, aplicadas em bens, móveis e imóveis localizados em outros estados brasileiros, colocados em nome de outros empresários ou de “laranjas”.“Casas na praia e veículos de luxo estão entre os bens sequestrados da quadrilha e que serão alienados e voltarão para o erário público. Esses valores ultrapassam a quantia de R$ 5 milhões”, conta o delegado Thiago Garcia Amorim.
O sigilo bancário e fiscal de todos os suspeitos foi quebrado e a indisponibilidade de seus bens foi requerida. Treze pessoas presas durante a operação responderão pelos crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, dentre outros crimes. As penas máximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 30 anos.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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