Pão-de-queijo móvel na defesa do meio ambiente e combate a dengue
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Com seu carro velho Padre Bessa transforma lixo em arte e educação |
Aos poucos vão saindo das casas crianças, jovens e adultos com material reciclado na mão e utensílios que servem de criatório do mosquito da dengue.
- Agora estou juntando tudo e não deixo mais água acumulada no quintal e ainda ganho um delicioso pão de queijo, afirmou Maria do Carmo, moradora do bairro São Francisco, em Brasília de Minas.
Tudo que é recolhido pelo Padre Bessa se transforma em arte e educação. Vinte por cento do material reciclado é destinado a outro projeto do padre que se chama Construindo a Dignidade com as Mãos, em que os presos da Cadeia Pública da cidade confeccionam peças de artesanato com garrafas pets, jornais, papelões e tampinhas de garrafas.
- O lixo se transforma em arte nas mãos dos detentos e com a venda, ajudamos as suas famílias, explica a artesã e professora Paula Soares.
Com a venda do reciclado que sobra do projeto com os presos, padre Bessa aplica em outro projeto social: Igreja Transformada em Sala de aula. As crianças que participam do projeto transformam a pequena igreja numa sala de aula e lá, fazem as tarefas escolares, recebem lanches, materiais escolares e descobrem, de forma lúdica, que nada se perde, tudo se transforma.
- Com a chegada da chuva a água vai se acumulando no fundo do quintal e o mosquito da dengue aproveita para invadir nossas casas. Não podemos deixar que isso aconteça, apela o sacerdote que já desenvolveu o mesmo projeto nas cidades de Uberlândia, Engenheiro Navarro e Montes Claros.
Antes o carro era chamado de Ecomóvel ( a troca era feita por material escolar), depois passou a ser Pequimóvel (troca feita por pequis) e agora ganhou novo nome e uma nova troca: materiais recicláveis por pão de queijo novinho, feitos pelo próprio padre.
- Tenho certeza que o pão de queijo móvel vai provocar uma grande mudança de comportamento no povo da cidade em relação ao meio ambiente e à dengue, acredita a professora Margareth Rodrigues da Silva, que já separou com sua filha de 9 anos, todo o material do fundo do quintal para esperar a passagem do carro.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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