Ferrous investe US$ 1,2 bi em projeto de minério em Minas

Desafio. O economista e novo diretor executivo da Ferrous,
Guilherme de Alencar Amado, quer colocar a empresa entre as maiores
Com um mercado consumidor vigoroso de minério de ferro, principalmente na China, a Ferrous Resources Brasil, com sede em Belo Horizonte, quer estar produzindo, a partir de 2017, 17 milhões de toneladas de minério de ferro, sendo 15 milhões de toneladas na mina Viga, em Congonhas, e 2 milhões de toneladas na mina Esperança, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Para ampliar a produção das atuais 3 milhões de toneladas, a mineradora inicia um plano de investimentos de 2013 a 2016 de US$ 1,2 bilhão. "Iremos ao mercado para captar os recursos. Pode ser uma combinação de recursos do BNDES , ou lançamento de bonds no mercado internacional", explica o novo diretor executivo de finanças da Ferrous, Guilherme de Alencar Amado, 47. O primeiro passo da empresa é ter uma operação de 5 milhões de toneladas de minério de ferro já em 2013. Foram R$ 60 milhões investidos para esse novo volume a partir de janeiro. Com isso, o quadro de 847 empregados da empresa passará a 1.200. As contratações já estão acontecendo, principalmente em Congonhas, para atuação na mina. 
O faturamento previsto da Ferrous neste ano, que é de US$ 250 milhões, deve também pular para US$ 400 milhões, em 2013. 
A empresa, criada em 2007, com a união de investidores americanos, australianos, ingleses que investiram mais de US$ 1 bilhão no negócio, tem cinco minas, sendo três em operação, e ainda tem projetos do mineroduto, ligando a mina Viga, em Congonhas até o Espírito Santo e a construção do porto Presidente Kennedy, também no Espírito Santo. 
Atualmente, a MRS é usada para transportar o minério de ferro da Ferrous e o porto da Vale, em Sepetiba, no Espírito Santo é utilizado para a exportação. Existe a hipótese de a Ferrous ficar usando a logística da MRS e da Vale? "Existe. Enquanto a gente não atingir uma tonelagem mínima que dê sustentação econômica para o mineroduto esse tem que ser o caminho. E esse número é acima de 25 milhões de toneladas", afirma Guilherme Amado.
O executivo garante que os projetos do mineroduto e do porto não foram cancelados ou adiados. Pelo contrário. " A gente continua investimndo em engenharia e no licenciamento. Temos a Licença Prévia do projeto do mineroduto e do porto e temos que caminhar para o licenciamento de instalação e tem que ter as licenças previas das minas Serrinha e Viga Norte", informa. 
Guilherme Amado diz que "definitivamente" a Ferrous não desistiu da criação de uma logística própria. "Estamos só está dando um ordenamento de forma que a gente antecipe a geração de caixa invés de ficarmos esperando a longo prazo para esses licenciamentos ocorrerem", justifica. 
O investimento global da Ferrous ultrapassa os US$ 5 bilhões, desse total, mais de US$ 3 bilhões são para a construção do porto e do mineroduto. "É um investimento pesado e a geração de caixa da mina Viga auxilia no processo de investimento", afirma Guilherme Amado.


MINIENTREVISTA
"Minas combina reservas e logística"

Por que a Ferrous focou Minas Gerais? Onde tem no Brasil uma combinação em reservas minerárias e uma logística pronta é Minas Gerais. Tem uma série de ferrovias que ligam até portos especializados à exportação de minério. E minério sem logística não funciona. É um negócio pesado, de baixo valor agregado por tonelada e Minas consegue combinar reservas e logística.

Qual é o seu objetivo na empresa? Transformá-la em uma empresa operacional, lucrativa produzindo 17 milhões de toneladas por ano e faturando US$ 1,7 bilhão em 2017. É um desafio absolutamente factível, não é um projeto pequeno, mas é um projeto mensurável que tem uma relação de investimento por tonelada baixa.

Quais são as dificuldades? Mão de obra qualificada e licenciamento ambiental são os dois grandes gargalos. Contratamos empresas para procurar empregados, contratamos pessoas que não estão preparadas e damos treinamento.

O que é a Ferrous no mercado? É uma empresa nova, de uma base de ativos sólida, que tem posição de caixa expressiva, não tem endividamento e reúne condições quase únicas no Quadrilátero Ferrífero.



Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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