Diabetes mata mais do que a Aids e o trânsito

Alimentação. Em 2000, 20 mil mulheres morreram por causa do diabetes, ante 14 mil homens.
Dados do Ministério da Saúde divulgados ontem - na véspera do Dia Mundial de Combate ao Diabetes, comemorado hoje - indicam que 54 mil brasileiros morreram em 2010 em decorrência do diabetes. Isso significa que a doença matou quatro vezes mais do que a Aids (12 mil óbitos) e superou o total de vítimas de trânsito (42 mil) no país.
A pasta alertou que o total de mortes provocado pelo diabetes é ainda maior quando se considera que a doença age como fator de risco para outras enfermidades, como câncer e doenças cardiovasculares. Em 2010, o diabetes esteve associado a 68,5 mil mortes, o que totaliza cerca de 123 mil mortes direta e indiretamente. De 2000 a 2010, a doença foi responsável por mais de 470 mil mortes em todo o Brasil, enquanto a taxa de mortalidade avançou de 20,8 para 28,8 casos para cada 100 mil habitantes. 
As mulheres são as principais vítimas e responderam, em 2010, por 30,8 mil mortes contra 24 mil entre os homens. Em 2000, 20 mil mulheres morreram por causa do diabetes, ante 14 mil homens. A faixa etária com o maior número de mortes, em 2010, é acima dos 80 anos, totalizando 15,7 mil. O número mais que dobrou quando comparado ao ano 2000, quando 6.700 mortes foram notificadas na mesma faixa etária. 
Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o diabetes constitui um problema contemporâneo. Ele lembrou que, atualmente, 15% da população brasileira é obesa e que o quadro é um facilitador para a doença. "Esta é a hora de revertermos a possibilidade do nosso país ser cada vez mais um país de diabéticos", disse, ao citar mudanças como melhoria dos hábitos alimentares e aumento da atividade física. "É um momento fundamental para que o conjunto da população brasileira, sobretudo os profissionais de saúde, tenham atitudes em relação à prevenção", completou. No ano passado, o governo federal lançou o Plano de Ações para o Enfrentamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, que inclui medidas para a redução de casos e de mortes por diabetes. A meta é alcançar queda de 2% ao ano nas mortes prematuras provocadas por doenças crônicas, a partir da melhoria de indicadores relacionados ao consumo de álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e fatores considerados de risco para o diabetes. O governo também divulgou o lançamento de um site especial para diabetes (autocuidado.saude.gov.br

Em Minas
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, estima-se que, atualmente, 2,3 milhões de pessoas sofrem com o diabetes em Minas Gerais. 
A principal ação do Estado contra a doença é o programa Hiperdia que conta com oito centros de referência em oito municípios-polo (sendo: Janaúba, Viçosa, Brasília de Minas, Jequitinhonha, Santo Antônio do Monte, Patrocínio, Taiobeiras, Itabira, Itabirito e Juiz de Fora).


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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