Após aguardar por 12 horas por uma transferência paciente falece em Hospital de Jaíba que novamente foi depredado

Já é a oitava morte registrada neste hospital por negligência,
descaso e erro médico desde 2009


(Por 
Romero Fernandes Oliva) O Hospital Municipal de Jaíba (HMJ) voltou a ser palco de mais um triste e lamentável episódio causado, segundo informações, por conta de descaso médico que revoltou parentes do paciente Osvaldo Bispo de Souza de 30 anos, lavrador, morador da vizinha cidade de Verdelândia, que na madrugada de Sábado (02/05) tentara suicídio utilizando uma arma de fogo, que foi disparada contra o próprio ouvido. A unidade médica do SAMÚ de Jaíba foi designada para o socorro do mesmo que, foi trazido para o HMJ onde deu entrada às 07 horas da manhã daquele dia. Familiares revelaram a nossa reportagem que no hospital Osvaldo foi aparentemente medicado com algo apenas para aliviar a dor, soro e nada mais. Após isso, o mesmo ficou agonizando a espera de uma ambulância e de um médico para acompanhá-lo até a cidade de Montes Claros onde o Hospital da Santa Casa já havia disponibilizado uma vaga na UTI, mas devido a demora, 12 horas após o seu internamento, já por volta das 19 horas o mesmo não mais resistiu a longa espera e veio a óbito. Após a notícia do falecimento do lavrador, vidros da porta principal do hospital, ventilador e outros objetos foram danificados, segundo B.O lavrado pela PM, pelos próprios familiares revoltosos, os quais por sua vez, negaram a autoria dos danos, mas ainda assim foram conduzidos até a presença da autoridade de Polícia Civil em Janaúba, onde foram ouvidos e liberados. No velório realizado na cidade de Verdelândia, o clima ainda era de revolta e de indignação. De acordo uma das irmãs da vítima, Elisângela Bispo, ela e os outros parentes foram o tempo todo maltratados verbalmente pelo médico Carlos Henrique, o qual inclusive se negou a acompanhar o paciente até a cidade montesclarense os mantendo ainda “trancados” em sua sala até a notícia da morte. A bem da verdade, o procedimento por parte do SAMÚ se tornou um tanto quanto suspeita vez que informações dão conta que os atendentes desta unidade móvel optaram por não conduzir o paciente até a cidade de Janaúba ou Montes Claros por estar vencendo o turno de seus serviços e essa tese é reforçada pelo fato de tais atendentes serem conhecedores da deficiência do HMJ, que segundo uma funcionária deste, a qual não quis se identificar, não possui capacidade de realizar um simples parto e até mesmo inexiste um glossocátoco (pequeno instrumento médico em forma de espátula, utilizado na medicina para abaixar a base superior da língua e permitir o exame da boca e da garganta), o qual custa em média cerca de R$ 250,00. De acordo o Boletim de Ocorrência Policial nrº. 1474, o médico informou que utilizou de todos os meios necessários para socorrer a vítima, mas que a transferência não aconteceu devido o aguardo da resposta da equipe médica do SAMU que viria da cidade de Montes Claros o que só ocorreria após as 19 horas, horário que coincidentemente a vítima faleceu. Essa é a terceira depredação deste hospital pelo mesmo motivo e o oitavo óbito que ocorre desde 2009, segundo os parentes das vítimas, por culpa da falta de estrutura médica, ou seja, falta de médico e medicamentos, negligência, imperícia ou imprudência médica, sem que, contudo, mesmo diante das ocorrências e denúncias, a Polícia Civil local consiga elucidar os reais motivos que tem levado tantos pacientes à morte e indiciar ou não os possíveis responsáveis, o que indica que autuar os autores dos danos fica bem mais em conta. Em Dezembro de 2010, por exemplo, o mesmo médico, Carlos Henrique, que continua exercendo a profissão normalmente, foi apontado pela família da jovem Gessiane de Oliveira de 21 anos como o colaborador assíduo da sua morte. A Jovem em adiantado trabalho de parto também agonizou no HMJ por horas a espera de uma transferência para uma unidade de saúde mais avançada, mas o socorro veio tarde. Gessiane faleceu assim que deu entrada no Hospital Regional em Janaúba, mas até hoje o caso continua em aberto.


Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com

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