Governo de Japão doará recursos para apoiar produção de frutas no Jaíba
A Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), órgão do governo japonês responsável pela implementação da Assistência Oficial para o Desenvolvimento (ODA), e o Governo de Minas, por meio das secretarias de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e de Agricultura, Pecuária a Abastecimento (Seapa), assinaram, nesta sexta-feira (18), um memorando de entendimentos para a doação de US$ 3 milhões para a melhoria dos processos de produção de frutas no Projeto Jaíba. Os recursos serão usados nos próximos quatro anos na execução do “Projeto de Desenvolvimento de Capacidades na Pós-colheita e Práticas de Marketing na Região do Jaíba”, que prevê a compra de máquinas e equipamentos para a classificação e embalagem de frutas.
O memorando, assinado pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, pelo secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Paulo Afonso Romano, e pelo representante chefe da Jica para o Brasil, Katsuhiko Haga, inclui a implantação de um sistema de informação de mercado a ser desenvolvido e disponibilizado aos produtores locais para melhorar as condições de negociação de frutas e a capacitação para planejamento de marketing. Além disso, está previsto também o controle de qualidade por meio da melhoria na infraestrutura de armazenagem (câmaras frias e túnel de resfriamento), a doação de máquina de seleção e classificação de frutas, bem como treinamento e certificação.
Dorothea Werneck agradeceu aos japoneses pelo trabalho conjunto, lembrando que “a parceria entre os governos de Minas Gerais e do Japão tem resultados positivos. Especificamente neste momento, queremos melhorar os gargalos na comercialização da produção do Jaíba e por isso firmamos este acordo com a Jica, que vem se somar ao entusiasmo dos agricultores locais que querem desenvolver o grande potencial agrícola da região”, disse ela.
Já o representante chefe da Jica, Katsuhiko Haga, lembrou que a agência de cooperação já realizou importantes projetos na área da agricultura no Brasil. “Apesar de este projeto ter tido uma boa avaliação, sabemos que na área agrícola nunca podemos parar e nos dar por satisfeitos. A demanda por alimentos é sempre crescente e os consumidores cada dia mais exigentes, assim há sempre a necessidade de adaptação dos agricultores ao mercado”, destacou.
Katsuhiko Haga enfatizou que a Jica quer muito que a região do Jaíba se desenvolva de modo a se transformar em uma referência nacional da agricultura irrigada. "Um dos nossos desejos é que a região tenha sua marca própria e que se torne conhecida como Produtos de Jaíba”.
A assinatura do memorando foi precedida por um diagnóstico apresentado aos técnicos da Jica, em 2010, pela Central Exportaminas, órgão vinculado à Sede. O trabalho, que conta também com o cenário futuro (até 2025) da produção e exportação de frutas da região, faz parte do Projeto Perecíveis, que foi financiado pelo Banco Mundial (Bird).
Em julho deste ano, o governador Antônio Anastasia e a secretária Dorothéa Werneck estiveram no Japão e se reuniram com autoridades da Jica para discutir o assunto. No mês passado, foi a vez de uma equipe da Jica se reunir com o Governo de Minas, em Belo Horizonte, para detalhar a implementação dos recursos para a contratação de serviços e a aquisição de equipamentos para a região do Jaíba.
Projeto Jaíba
Situado no extremo Norte de Minas Gerais, em uma área total de 67.526 hectares e uma área irrigada de 53,066 hectares, o Projeto Jaíba compreende os municípios de Jaíba e Matias Cardoso. Está inserido em uma região de clima semiárido, distante 700 km de Belo Horizonte. Configura-se, em termos de área contínua, no maior projeto hidroagrícola da América Latina. A concepção básica dividiu a área em quatro patamares de irrigação que definem, atualmente, as quatro etapas sucessivas de implantação do empreendimento.
A implantação do Projeto Jaíba teve início na década de 50, com as primeiras iniciativas governamentais de ocupação planejada da área. O Governo de Minas, através da Fundação Rural Mineira de Colonização e Desenvolvimento Agrário (Ruralminas), iniciou a implantação do projeto piloto de irrigação numa área de 5.680 hectares. Na década de 70, o governo federal, através da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevassf), incorporou-se ao empreendimento e contratou um empréstimo especial junto ao Bird, para a execução das obras de infraestrutura coletiva de irrigação.
O final da década de 80 foi marcado pelo início de operação do projeto, com o assentamento das primeiras famílias de irrigantes. A partir dos anos 90, foram agregados mais recursos financeiros internacionais ao Projeto Jaíba, com a contratação, pelo Governo de Minas, de um novo financiamento junto ao Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC). O período é também marcado pela incorporação da iniciativa privada, através da criação do Distrito de Irrigação de Jaíba, entidade privada, sem fins lucrativos, gerida pelos irrigantes e que tem por finalidade administrar toda infraestrutura construída, bem como pelos municípios de Jaíba e Matias Cardoso, que se tornam responsáveis em atender a área social.
Com destaque para o limão, são exportadas também, para Espanha, Portugal e Argentina, manga Palmer, banana e uva. Os produtores já conquistaram o principal selo de certificação para a venda de alimentos na Europa, o Globalgap. Em 2010, foram comercializadas 1,3 milhão de toneladas de produtos agrícolas cultivados em uma área de 18.561 hectares.
No início de 2010, já sob o mandato da Jica, um relatório de monitoramento identificou os avanços e principais desafios do projeto. Tal monitoramento apontou para algumas ações prioritárias para garantir o desenvolvimento sustentado do Projeto Jaíba. Na esteira dessa avaliação, em 2010, o Governo de Minas contatou a Jica para negociar um novo projeto no Jaíba. A Jica financia outros projetos de irrigação e o Projeto Jaíba é reconhecido pela agência como uma iniciativa de sucesso e bem avançada frente aos outros.
O memorando, assinado pela secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, pelo secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Paulo Afonso Romano, e pelo representante chefe da Jica para o Brasil, Katsuhiko Haga, inclui a implantação de um sistema de informação de mercado a ser desenvolvido e disponibilizado aos produtores locais para melhorar as condições de negociação de frutas e a capacitação para planejamento de marketing. Além disso, está previsto também o controle de qualidade por meio da melhoria na infraestrutura de armazenagem (câmaras frias e túnel de resfriamento), a doação de máquina de seleção e classificação de frutas, bem como treinamento e certificação.
Dorothea Werneck agradeceu aos japoneses pelo trabalho conjunto, lembrando que “a parceria entre os governos de Minas Gerais e do Japão tem resultados positivos. Especificamente neste momento, queremos melhorar os gargalos na comercialização da produção do Jaíba e por isso firmamos este acordo com a Jica, que vem se somar ao entusiasmo dos agricultores locais que querem desenvolver o grande potencial agrícola da região”, disse ela.
Já o representante chefe da Jica, Katsuhiko Haga, lembrou que a agência de cooperação já realizou importantes projetos na área da agricultura no Brasil. “Apesar de este projeto ter tido uma boa avaliação, sabemos que na área agrícola nunca podemos parar e nos dar por satisfeitos. A demanda por alimentos é sempre crescente e os consumidores cada dia mais exigentes, assim há sempre a necessidade de adaptação dos agricultores ao mercado”, destacou.
Katsuhiko Haga enfatizou que a Jica quer muito que a região do Jaíba se desenvolva de modo a se transformar em uma referência nacional da agricultura irrigada. "Um dos nossos desejos é que a região tenha sua marca própria e que se torne conhecida como Produtos de Jaíba”.
A assinatura do memorando foi precedida por um diagnóstico apresentado aos técnicos da Jica, em 2010, pela Central Exportaminas, órgão vinculado à Sede. O trabalho, que conta também com o cenário futuro (até 2025) da produção e exportação de frutas da região, faz parte do Projeto Perecíveis, que foi financiado pelo Banco Mundial (Bird).
Em julho deste ano, o governador Antônio Anastasia e a secretária Dorothéa Werneck estiveram no Japão e se reuniram com autoridades da Jica para discutir o assunto. No mês passado, foi a vez de uma equipe da Jica se reunir com o Governo de Minas, em Belo Horizonte, para detalhar a implementação dos recursos para a contratação de serviços e a aquisição de equipamentos para a região do Jaíba.
Projeto Jaíba
Situado no extremo Norte de Minas Gerais, em uma área total de 67.526 hectares e uma área irrigada de 53,066 hectares, o Projeto Jaíba compreende os municípios de Jaíba e Matias Cardoso. Está inserido em uma região de clima semiárido, distante 700 km de Belo Horizonte. Configura-se, em termos de área contínua, no maior projeto hidroagrícola da América Latina. A concepção básica dividiu a área em quatro patamares de irrigação que definem, atualmente, as quatro etapas sucessivas de implantação do empreendimento.
A implantação do Projeto Jaíba teve início na década de 50, com as primeiras iniciativas governamentais de ocupação planejada da área. O Governo de Minas, através da Fundação Rural Mineira de Colonização e Desenvolvimento Agrário (Ruralminas), iniciou a implantação do projeto piloto de irrigação numa área de 5.680 hectares. Na década de 70, o governo federal, através da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevassf), incorporou-se ao empreendimento e contratou um empréstimo especial junto ao Bird, para a execução das obras de infraestrutura coletiva de irrigação.
O final da década de 80 foi marcado pelo início de operação do projeto, com o assentamento das primeiras famílias de irrigantes. A partir dos anos 90, foram agregados mais recursos financeiros internacionais ao Projeto Jaíba, com a contratação, pelo Governo de Minas, de um novo financiamento junto ao Japan Bank for Internacional Cooperation (JBIC). O período é também marcado pela incorporação da iniciativa privada, através da criação do Distrito de Irrigação de Jaíba, entidade privada, sem fins lucrativos, gerida pelos irrigantes e que tem por finalidade administrar toda infraestrutura construída, bem como pelos municípios de Jaíba e Matias Cardoso, que se tornam responsáveis em atender a área social.
Com destaque para o limão, são exportadas também, para Espanha, Portugal e Argentina, manga Palmer, banana e uva. Os produtores já conquistaram o principal selo de certificação para a venda de alimentos na Europa, o Globalgap. Em 2010, foram comercializadas 1,3 milhão de toneladas de produtos agrícolas cultivados em uma área de 18.561 hectares.
No início de 2010, já sob o mandato da Jica, um relatório de monitoramento identificou os avanços e principais desafios do projeto. Tal monitoramento apontou para algumas ações prioritárias para garantir o desenvolvimento sustentado do Projeto Jaíba. Na esteira dessa avaliação, em 2010, o Governo de Minas contatou a Jica para negociar um novo projeto no Jaíba. A Jica financia outros projetos de irrigação e o Projeto Jaíba é reconhecido pela agência como uma iniciativa de sucesso e bem avançada frente aos outros.
Pablo de Melo
pablo-labs@hotmail.com
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