O detento Welbert de Souza Fagundes, réu em diversos processos, incluindo o assassinato do sargento Roger Dias da Cunha, ocorrido em janeiro de 2024, voltou a denunciar casos de agressões, ameaças e maus-tratos dentro do Presídio de Segurança Máxima de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais.
As novas denúncias foram feitas durante uma audiência de instrução do processo em que Welbert responde por receptação, realizada no fim do mês passado. O caso refere-se ao período em que ele estava preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, quando gravou e divulgou vídeos em redes sociais fumando, ouvindo música e fazendo declarações pessoais – atitude considerada grave, já que o uso de celulares dentro das unidades prisionais é proibido.
Acusações durante audiência
Na audiência, que contou com o depoimento de um policial – enquanto outros dois convocados não compareceram nem justificaram a ausência –, Welbert, que participava de forma virtual, pediu a palavra e relatou ter sofrido ameaças, torturas e agressões físicas por parte de policiais penais. Segundo o réu, pouco antes da audiência ele teria sido intimidado por um agente, cujo nome foi repassado ao magistrado.
A defesa de Welbert está a cargo da Defensoria Pública, que solicitou as medidas cabíveis diante das acusações.
Providências judiciais
O juiz José Venâncio de Miranda Neto, responsável pelo caso, encaminhou ofícios à direção do presídio de Francisco Sá, à Secretaria Estadual de Administração Prisional (Seap) e ao juiz corregedor da unidade para ciência e eventuais providências.
Procurada, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), que responde pela Seap, afirmou que a denúncia é improcedente e garantiu que a custódia de Welbert segue sem intercorrências registradas.
Histórico de denúncias
Esta não é a primeira vez que o réu apresenta queixas às autoridades. Em janeiro deste ano, Welbert já havia denunciado à Justiça ameaças atribuídas a supostos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), além de irregularidades na distribuição de medicamentos dentro do presídio.
Um preso de alta periculosidade
Welbert de Souza Fagundes se tornou conhecido nacionalmente após ser preso pelo assassinato do sargento da Polícia Militar Roger Dias, em Belo Horizonte, no início de 2024. O crime gerou grande repercussão e reforçou o peso dos processos contra ele.
Agora, mesmo custodiado em um presídio de segurança máxima, o réu segue envolvido em novas denúncias e processos, dividindo a atenção da Justiça entre os crimes pelos quais responde e as acusações de supostas violações de direitos humanos dentro do sistema prisional mineiro.
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