A audiência de instrução de Welbert de Souza Fagundes, acusado de assassinar o sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) Roger Dias da Cunha, foi adiada nesta quarta-feira (20/8). O procedimento aconteceria de forma virtual, mas uma falha no contato com o advogado de defesa interrompeu a sessão. A Justiça marcou nova data: 19 de setembro de 2025, às 13h30, no 2º Tribunal do Júri Sumariante, no bairro Barro Preto, em Belo Horizonte. Enquanto aguarda julgamento, Welbert permanece detido na penitenciária de Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais.
Na audiência adiada, estavam previstas as oitivas de dez testemunhas, entre acusação e defesa. Apenas uma chegou a prestar depoimento. A expectativa era de que Welbert se mantivesse em silêncio durante todo o interrogatório, inclusive em relação a possíveis questionamentos da própria defesa.
O depoimento do réu seria a última etapa antes da fase de alegações finais e do agendamento do Tribunal do Júri, onde poderá ser condenado ou absolvido. Embora esse passo permita recurso da defesa, a apuração da reportagem aponta que não há intenção dos advogados de recorrer neste momento.
Linha de defesa
Uma das principais estratégias da defesa de Welbert era sustentar a hipótese de inimputabilidade por insanidade mental. No entanto, a perícia oficial descartou a tese, concluindo que ele tinha plena capacidade de entender e responder por seus atos no momento do crime.
Nos últimos dias, o comparsa de Welbert no episódio, Geovanni Faria de Carvalho, foi condenado a 13 anos e 10 meses de prisão por roubo e outros crimes relacionados à ocorrência.
Relembre o caso
O crime ocorreu na noite de 5 de janeiro de 2024, no bairro Novo Aarão Reis, região Norte de Belo Horizonte. O sargento Roger Dias, de 29 anos, participava de uma perseguição a dois suspeitos que haviam roubado um veículo. Durante a fuga, o carro conduzido por Geovanni bateu em uma motocicleta e, em seguida, contra um poste. Ele e Welbert abandonaram o veículo e fugiram a pé.
Minutos depois, Roger localizou Welbert. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar tenta abordá-lo e é surpreendido com disparos à queima-roupa. O sargento foi atingido na cabeça e socorrido, mas teve morte cerebral confirmada dois dias depois.
De acordo com o Ministério Público, Welbert ainda teria atirado contra outro policial que participava da ação, mas não conseguiu acertá-lo.
Agora, com o adiamento da audiência, a expectativa é que o caso avance em setembro, definindo se o acusado irá a júri popular ainda neste ano.
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