Sete pessoas foram indiciadas por fraudes contra idosos e lavagem de dinheiro; bens de luxo e R$ 2,6 milhões foram bloqueados
Espinosa (MG) – A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu, na semana passada, o inquérito policial referente à primeira fase da Operação Vox Vacua, deflagrada no município de Espinosa, no Norte de Minas Gerais. O material investigatório foi encaminhado à Justiça e um novo inquérito foi instaurado para dar continuidade às apurações, sobretudo no aprofundamento dos indícios de lavagem de dinheiro e na identificação de possíveis novos envolvidos.
Esquema contra idosos e pessoas vulneráveis
Segundo as investigações, o grupo criminoso atuava de forma estruturada em um esquema de estelionato contra idosos e beneficiários da Previdência Social. As fraudes consistiam em:
• contratação de empréstimos com valores superiores aos acordados com as vítimas;
• realização de portabilidades não autorizadas de benefícios previdenciários;
• uso de dados pessoais e bancários para abrir contas fraudulentas;
• movimentação ilícita de recursos por meio de empresas de fachada e “laranjas”.
O delegado Eujécio Coutrim, responsável pela operação, detalhou que a quadrilha chegava a utilizar celulares que não pertenciam às vítimas, criando acessos bancários com senhas e autenticações biométricas falsas.
Um relatório técnico elaborado pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro da PCMG (CGCCO) identificou movimentações financeiras expressivas e incompatíveis com a capacidade econômica dos investigados, reforçando os indícios de lavagem de capitais.
Indiciamentos
Com base em oitivas, relatórios periciais, quebras de sigilo e diligências de campo, a PCMG indiciou formalmente sete pessoas ligadas ao esquema:
• Homem, 28 anos – apontado como líder operacional e financeiro;
• Homem, 27 anos – considerado líder jurídico, utilizava documentos falsos e procurações irregulares;
• Homem, 33 anos – financiador e articulador logístico, integrante do núcleo decisório;
• Mulher, 25 anos – atuava no núcleo financeiro, movimentando mais de R$ 5 milhões;
• Mulher, 29 anos – ligada a instituição financeira suspeita, facilitava abertura de contas fraudulentas;
• Mulher, 22 anos – integrante do núcleo operacional, responsável por coletar e repassar dados de vítimas;
• Mulher, 30 anos – com vínculo bancário suspeito, manipulava benefícios previdenciários.
Bens apreendidos e bloqueios judiciais
Atendendo às representações da Polícia Civil, a Justiça determinou o sequestro de bens de alto valor, entre eles:
• duas caminhonetes;
• dois caminhões;
• duas motocicletas;
• um carro de luxo;
• um jet ski e uma carretinha.
Além disso, foram bloqueados judicialmente valores em contas vinculadas aos investigados, até o limite de R$ 2,6 milhões.
Próximos passos da investigação
Apesar dos indiciamentos, a Polícia Civil reforçou que as apurações não se encerram nesta fase. Um novo inquérito já foi instaurado para aprofundar os indícios de lavagem de dinheiro e identificar novos fatos e possíveis envolvidos.
De acordo com o delegado Eujécio Coutrim, a operação demonstra o compromisso da PCMG no combate a organizações criminosas que exploram financeiramente pessoas em situação de vulnerabilidade, além de dar resposta firme ao crime de fraudes previdenciárias e financeiras.
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