Descoberta em Almenara: nova espécie de aracnídeo é batizada com nome de fotógrafo quilombola mineiro
Uma expedição fotográfica resultou na descoberta de uma espécie de uma aranha, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais. Em 2022, Ednardo Martins, monitor ambiental e também quilombola da região da Reserva Biológica da Mata Escura, localizada na cidade de Almenara, fotografou a espécie de opilião, que foi identificada como nova.
"Eu fiquei com aquilo na cabeça, um pesquisador me disse as características da aranha e que talvez poderia ter aqui na região, mas não sabia que era essa espécie nova. Aí teve um dia de campo que eu saí, acho que foi em 2021, aí eu vi esse bicho pela primeira vez. Eu fotografei, só que eu não tinha pra que mandar esse bicho, porque eu não tinha conhecimento de quem trabalhasse com esses aracnídeos. Fiz a postagem no iNaturalist e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro viu a publicação, tentou entrar em contato comigo e o rápido possível ele veio."
Inicialmente, o professor acreditava ser uma espécie estudada por ele e que havia sido registrada pela última vez na década de 1940 na Bahia. Adriano organizou uma expedição para encontrar o opilião. Foram duas viagens necessárias para encontrar o animal e constatar que era uma espécia desconhecida.
Inicialmente, o professor acreditava ser uma espécie estudada por ele e que havia sido registrada pela última vez na década de 1940 na Bahia. Adriano organizou uma expedição para encontrar o opilião. Foram duas viagens necessárias para encontrar o animal e constatar que era uma espécia desconhecida.
O animal foi, então, registrado pelos pesquisadores Adriano Kury e Alexia Granado como Cajango ednardoi, em homenagem a Ednardo Martins que fez os primeiros registros. Ednardo disse que ficou muito honrado:
"Sinceramente, até hoje parece que a ficha não caiu, sabe? E ainda mais pela atitude de ter feita homenagem pra mim, não tem explicação. Ele poderia colocar qualquer outro nome e ele quis fazer essa homenagem. Pra mim foi muito gratificante saber que a minha realidade de infância sendo reconhecida".
Ednardo Martins trabalha hoje como monitor ambiental na Reserva da Mata Escura, principalmente no monitoramento da biodiversidade. A descoberta do aracnídeo foi publicada no início de janeiro, na revista científica Zootaxa.
Ednardo Martins trabalha hoje como monitor ambiental na Reserva da Mata Escura, principalmente no monitoramento da biodiversidade. A descoberta do aracnídeo foi publicada no início de janeiro, na revista científica Zootaxa.
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