Quilombolas da microrregião de Janaúba-MG recebem doses do imunizante contra a Covid-19


(Por Nathália Teles, Brasil 61) Com a inclusão dos povos quilombolas nos grupos prioritários no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, os nove municípios da microrregião de Janaúba vacinaram cerca de 4.567 pessoas dessa faixa, de acordo com o Painel da Vacinação, do Ministério da Saúde. Para muitas comunidades a vacina é um sinal de esperança.

A microrregião de Janaúba tem aproximadamente 6.769 quilombolas. Os municípios que compõem a região são: Pai Pedro, o que possui a maior concentração de membros, aproximadamente 1.638; Porteirinha (1.622); Janaúba (1.554); Monte Azul (888); Gameleiras (358); Jaíba (355); Catuti (142); Riacho dos Machado(131); e Serranópolis de Minas (81) , de acordo com dados do IBGE. Minas Gerais é o segundo estado com o maior número de localidades quilombolas, ficando atrás apenas da Bahia.

A transmissão do vírus da Covid-19 tende a ser mais intensa em povos e comunidades quilombolas, devido a maneira como estão condicionados na sociedade. Dessa forma, o Ministério da Saúde alerta que o controle de casos e vigilância nestas comunidades impõe desafios logísticos, de forma que a própria vacinação tem um efeito protetor altamente efetivo.

A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, explica que a importância da vacina nas comunidades quilombolas deve-se ao fato das relações comunitárias. As comunidades quilombolas são populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. Elas têm um modo de vida coletivo, os territórios habitacionais podem ser de difícil acesso e muitas vezes existe a necessidade de percorrer longas distâncias para acessar os cuidados de saúde. Com isso, essa população se torna mais vulnerável à doença, podendo evoluir para complicações e óbito.”

Em janeiro, na Comunidade Quilombola de São Sebastião, do Território Quilombola do Gorutuba, em Monte Azul, todos os membros contraíram o vírus, apesar da dificuldade enfrentada, Silvana Soares, líder comunitária, afirma que a chegada da vacina deixou as pessoas surpreendidas e empolgadas. “A comunidade foi infestada com o coronavírus, eu peguei. Muitas pessoas ficaram mal, foi muito difícil, uma tristeza muito grande, mas graças a Deus ninguém faleceu. A vacina veio depois e para nós foi uma alegria enorme, ninguém esperava. Hoje, nosso povo é encantado com a vacina.”

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a imunização é uma das principais formas de combater o novo coronavírus. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, alerta que mesmo aquelas pessoas que já contraíram o vírus devem se vacinar. “Sim. Todas as pessoas que tiveram Covid-19 precisam se vacinar com as duas doses. A orientação da vacinação é de que ela ocorra após quatro semanas do início dos primeiros sintomas ou quatro semanas do primeiro exame positivo de RT-PCR em pessoas que não desenvolveram sintomas.”
Proteja-se

Ao sentir febre, cansaço, dor de cabeça ou perda de olfato e paladar procure atendimento médico imediato. O Ministério da Saúde recomenda que a procura por ajuda médica deve ser feita imediatamente ao apresentar os sintomas, mesmo que de forma leve. Apesar da vacinação, é preciso continuar seguindo os protocolos de segurança como: usar máscara, lavar as mãos, evitar aglomerações, abraços ou apertos de mão e utilizar álcool em gel após tocar qualquer objeto ou superfície.
Imunizada, Silvana Soares faz um apelo aos demais membros de sua e de outras comunidades sobre a relevância de receber o imunizante. “Tomei a vacina e incentivo as pessoas a não terem resistência ao imunizante. Não fique sem se vacinar, porque é importante para nós. Eu falo de coração, não fique sem se vacinar.”


Com a inclusão dos povos quilombolas nos grupos prioritários no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, os nove municípios da microrregião de Janaúba vacinaram cerca de 4.567 pessoas dessa faixa, de acordo com o Painel da Vacinação, do Ministério da Saúde. Para muitas comunidades a vacina é um sinal de esperança.

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