Menino de 1 ano e 3 meses é picado por escorpião em Brasília de Minas; ele foi levado de helicóptero para Montes Claros

Criança foi encaminhada para o Hospital Universitário,
em Montes Claros — Foto: Hospital Universitário / Divulgação

(Por Michelly Oda, Grande Minas) Um menino de um ano e três meses foi encaminhado para o Hospital Universitário Clemente Faria, em Montes Claros (MG), após ser picado por um escorpião em Brasília de Minas (MG). Nesta quarta-feira (5), o helicóptero Arcanjo 05, do Corpo de Bombeiros, decolou levando o soro antiescorpiônico até o município de origem da criança. Em seguida, após a estabilização, foi feito o transporte do garoto até o HUCF.

Segundo as informações da assessoria de comunicação do hospital, o estado de saúde do menino é considerado grave. Foi necessário interná-lo na UTI Neonatal. O HU é referência no atendimento de vítimas de ataques de animais peçonhentos no Norte de MG.

No início de janeiro, o G1 entrevistou o pediatra Carlos Lopo, que explicou o porque da ocorrência de picadas de escorpiões ser mais comum no verão. Em 2019, 3.356 casos foram atendidos no HUCF.

“Com as altas temperaturas, os escorpiões saem do abrigo para realizar a reprodução e procurar novos ninhos, os acidentes ocorrem nessa transição.”

O veneno do escorpião oferece maiores riscos para pessoas abaixo dos sete anos e acima dos 65. Segundo o médico, nessas faixas de idades o metabolismo é mais lento. No caso das crianças, a relação entre peso e a quantidade de veneno é um complicador. Já para os idosos, doenças preexistentes, como diabetes e hipertensão, podem agravar a situação.

Carlos Lopo destacou ainda que em casos classificados como leves, o paciente sente apenas dor. “O veneno é neurotóxico, ou seja, afeta o sistema nervoso. Isso quer dizer que se uma pessoa leva uma picada na mão, pode sentir dor até no ombro.”

Nos casos moderados ou graves, pode haver sintomas como sudorese, palidez, alteração da circulação, vômitos, entre outros. O agravamento do quadro pode levar a edema do pulmão, insuficiência cardíaca, convulsão e derrame.

“Uma vez ferroado, o paciente deve ser levado o mais rápido para a unidade de saúde. Não deve-se passar nada no local, nem fazer torniquete ou cortes, que aumentam as chances de infecção. O soro é utilizado dentro da faixa de risco. Fora dela, avaliamos o quadro para verificar a necessidade”, disse o médico.

As espécies mais comuns na região são a Tityus bahiensis e a Tityus serrulatus, escorpiões preto e amarelo, respectivamente. O último é o mais preocupante, mas o tratamento é o mesmo para ambos.

“É preciso evitar acúmulo de materiais de construção, lixo e mato. Manter os ambientes limpos é a principal medida para evitar acidentes com animais peçonhentos de forma geral”, falou.

Lopo ainda diz que apesar do costume de se criar galinhas, elas têm hábito diurnos, enquanto os escorpiões são noturnos. A aplicação de produtos para o controle desses animais peçonhentos também não é recomendada, já que não provoca morte e pode fazer com que eles deixem os esconderijos, aumentando a chance de acidentes.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Na zona rural de Curvelo casal é encontrado morto; suspeita é de que o homem assassinou a mulher e se matou

Janaúba: batida entre caminhões na MGC-401 deixa três mortos

Em Brasília de Minas, jovem é preso após atear fogo na casa da mãe