Janaubense Jackson Antunes diz que ‘As pessoas perdoam até assassino, menos gordo’
Jackson Antunes se prepara para estrear em "Império" |
Aos 54 anos, o ator que atuou em “Renascer”, “O Rei do Gado”, “Terra Nostra” e recentemente em "O Caçador", ao lado de Cauã Reymond, entre outros sucessos, volta repaginado. Em seu último trabalho no horário das nove, quando viveo o Léo, de “A favorita”, Jackson - que vinha engordando ao longo dos anos - desafiou os ponteiros da balança. O ator começou a gravar a trama com 120kg e quando a história chegou ao fim havia engordado mais 20. “Há 23 anos, quando deixei minha cidade no interior de Minas, Janaúba, e me mudei para o Rio, abandonei os hábitos saudáveis da roça, onde comia maxixe, muito verde e comidas mais naturais. O trabalho não me deixava ter rotina e comia qualquer coisa. Resultado, sofri três tromboses. Na primeira trombose o médico disse que eu ia me aposentar; na segunda que ia ficar numa cadeira de rodas e na terceira eu mesmo me dei alta”, lembra Jackson.
Na época em que estava gordinho, o ator conheceu as dificuldades enfrentadas por quem está acima do peso. Além dos problemas físicos, como insônia e dificuldades para respirar, o maior obstáculo de Jackson foi o preconceito. “As pessoas são cruéis com o gordo. Senti preconceito de todas as formas. Foi muito cruel, violento, terrível! A sensação que eu tive é que as pessoas perdoam tudo, até um assassino, mas não perdoam um gordo. As pessoas associam à gordura uma pessoa desmazelada, relaxada, que não se cuida porque é preguiçosa. Não é isso.”
FOTOS: Jackson Antunes posou para o EGO na praia da Reserva, na Zona Oeste do Rio
Jackson também constatou que todo gordo é um carente em potencial: “As pessoas acima do peso com quem conversava sofriam de depressão ou tiveram um relacionamento rompido. Essas pessoas carecem de muita ternura e carinho, afeto e atenção.”
Jackson Antunes quando estava acima do peso |
Preconceito na pele
Quando começou na carreira, Jackson chegou a ser apontado como um galã rústico do campo. Mas na época que estava acima do peso, conheceu a falta de glamour. “Uma mãe pediu para a filha tirar foto do meu lado e a garota disse: ‘Não quero tirar foto com esse gordo, não!’. Uma vez também uma fã perguntou se eu era o ‘cara da TV’. Para encurtar a conversa disse que não era. Daí, ouvi dela: ‘Já imaginei, um gordo desse não faz televisão!’”.
Depois de um cheque-mate do médico, Jackson resolveu emagrecer. O processo, lento e gradual, levou três anos. Ele se orgulha de dizer que recuperou a velha forma sem a ajuda de intervenção cirúrgica ou remédios. “Nada contra quem se utiliza desses recursos. No meu caso, procurei uma nutricionista especializada em cuidar da alimentação de atletas. Ela entendeu minha maneira de ser e não me impôs nada diferente do que eu gostava de fazer. Não foi sacrifício nenhum, porque juntei o emagrecimento com as coisas que gosto. Tenho um sítio na região serrana do Rio e subia o morro, capinava... No meu apartamento no Rio tenho uma esteira onde caminho oito quilômetros por dia. Senti uma melhora radical. Comecei a dormir e a respirar melhor, pensar melhor, enxergar o mundo melhor. Foi um exílio permitido”.
Jackson Antunes hoje celebra a saúde |
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