Um crime bárbaro e revoltante voltou a chocar o Norte de Minas Gerais. Gabriel Valério Alves, de 24 anos, foi preso nessa terça-feira (28), na cidade de Goianésia (GO), acusado de executar friamente o jovem Ian Rodrigues Antunes Caldeira, de 28 anos, e deixar o corpo às margens da MGC-122, em Capitão Enéas.
A prisão foi resultado de um trabalho conjunto entre as Polícias Militares de Minas Gerais e Goiás, que compartilharam informações e rastrearam o paradeiro do criminoso. Gabriel, ao ser capturado, confessou o assassinato com frieza, dizendo ter matado Ian para quitar uma dívida de drogas de R$ 5 mil com um traficante que seria o mandante do crime.
Em troca, ele receberia R$ 600 em dinheiro e meio quilo de cocaína.
Frieza e crueldade gravadas em vídeo
A brutalidade do caso é tamanha que até os investigadores experientes ficaram chocados. Em vídeos divulgados em grupos de redes sociais, Gabriel aparece narrando com frieza como executou o rapaz, descrevendo cada disparo efetuado.
“Ele confessa e fala que deu cinco tiros na pessoa”, relatou o delegado Humberto Teófilo, da Polícia Civil de Goiás, responsável pela prisão. Ainda segundo o delegado, o crime foi classificado como homicídio triplamente qualificado — por recurso que impossibilitou a defesa da vítima, por promessa de recompensa e por ser cometido para ocultar outros crimes ligados ao tráfico de drogas.
Durante as buscas na casa do suspeito, os policiais encontraram diversas munições calibre .40. No celular de Gabriel, os investigadores localizaram imagens do crime, que foram entregues à Polícia Civil de Goiás como prova da execução.
A emboscada e o assassinato
De acordo com familiares, Ian saiu de Espinosa na manhã de segunda-feira (27) dizendo que iria até Mato Verde. Horas depois, o corpo dele foi encontrado às margens da MGC-122, em uma estrada vicinal na zona rural de Capitão Enéas.
Um tratorista que trabalhava na região avistou o corpo caído e acionou a Polícia Militar. Ao chegarem ao local, os militares se depararam com uma cena de extrema violência: Ian havia sido atingido por seis tiros — dois no rosto, dois na nuca, um no pescoço e um na orelha.
A Perícia Técnica da Polícia Civil constatou que os disparos foram feitos à queima-roupa, evidenciando uma execução planejada. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Montes Claros. Inicialmente sem documentos, a identificação só foi possível após contato com familiares de Espinosa.
Carro ensanguentado e fuga planejada
O crime começou a ser desvendado após uma denúncia anônima informar que havia um carro com marcas de sangue abandonado no bairro Santo Antônio, em Montes Claros.
O veículo, pertencente à vítima, foi localizado pelos policiais e removido por um guincho para um pátio credenciado ao Detran. As imagens do sistema Olho Vivo mostraram o automóvel circulando por alguns pontos da cidade com um homem ao volante que não era o dono — o que levou os investigadores até Gabriel Valério Alves.
Prisão e confissão sem arrependimento
Localizado em uma residência em Goianésia, Gabriel foi preso pela Polícia Militar de Goiás. Durante o interrogatório, ele assumiu a autoria do crime sem demonstrar qualquer arrependimento, afirmando que cometeu o homicídio para “quitar uma dívida de drogas e receber um pagamento em cocaína”.
Segundo a polícia, Gabriel armou uma emboscada mortal com o mandante do crime, atraindo Ian sob o pretexto de um encontro e executando-o friamente às margens da rodovia.
Clamor por justiça
O assassinato causou profunda comoção em Espinosa, onde Ian era conhecido como um jovem trabalhador e querido. Nas redes sociais, familiares e amigos expressaram revolta e dor, exigindo justiça e punição exemplar aos envolvidos.
O assassino confesso, Gabriel Valério Alves, foi autuado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ele permanece preso em Goiás, mas deverá ser transferido para uma unidade prisional de Minas Gerais nos próximos dias. O mandante do crime ainda está sendo procurado.
Um crime que escancara a face cruel do tráfico
A morte de Ian Rodrigues Antunes Caldeira é mais um capítulo sombrio da violência ligada ao tráfico de drogas que assola o Norte de Minas. Jovens têm sido recrutados, ameaçados e mortos por dívidas, disputas e promessas criminosas que acabam em tragédias como esta.
As investigações continuam, e a polícia garante que não descansará até que todos os envolvidos paguem pelo crime bárbaro que deixou Capitão Enéas e toda a região em choque.
Comentários
Postar um comentário