Está preso em Francisco Sá: Justiça autoriza transferência de assassino de Sargento Dias para manicômio judiciário


A Justiça de Minas Gerais autorizou a transferência de Welbert de Souza Fagundes, preso pelo assassinato do sargento Dias, do sistema penitenciário para um manicômio judiciário. A decisão foi assinada pelo juiz Roberto Oliveira Araújo Silva nesta terça-feira (8).

O crime foi cometido no dia 5 de janeiro de 2024, e o sargento Roger Dias da Cunha teve a morte cerebral confirmada dois dias depois. O policial foi alvejado durante uma “saidinha de Natal” do assassino.

A decisão atende um pedido da defesa do acusado, representado pelos advogados Bruno Rodrigues Pereira Torres e Aline Elen Prezotte Maia. Atualmente, Welbert está preso na Penitenciária de segurança máxima Francisco Sá, no Norte de Minas Gerais.

“Ressalte-se que há diagnóstico do aludido médico legista, indicando transtorno mental relevante, sendo inadequada a permanência em estabelecimento prisional comum, sendo, pois, imperiosa a respectiva transferência, para a proteção da saúde do custodiado e para a adequada prestação de tratamento médico”, diz a decisão do juiz.

Polícia Civil recomendou a transferência
No final de setembro, a Polícia Civil de Minas Gerais havia recomendado à Justiça a internação de Welbert de Souza Fagundes em um hospital psiquiátrico.

A corporação disse que Welbert tem um transtorno mental importante e não está em tratamento. Por isso, foi recomendado que ele seja internado em uma unidade psiquiátrica para a estabilização do quadro.

Relembre o caso
A ‘saidinha’, como é conhecida a saída temporária, ganhou relevância especial depois de um sargento da polícia militar ser baleado no dia 5 de janeiro. O suspeito do crime é um homem que estava em saída temporária da cadeia. Welbert de Souza Fagundes, de 26 anos, é apontado como o responsável por disparar várias vezes à queima-roupa contra a cabeça do sargento da Polícia Militar, Roger Dias da Cunha, no bairro Novo Aarão Reis, Região Norte de Belo Horizonte.

O Sargento Dias passou por duas cirurgias assim que foi socorrido ao Hospital João XXIII — uma para conter a pressão intracraniana e outra para conter o sangramento na perna, pois a bala atingiu uma artéria. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu na noite do dia 7 de janeiro.

Welbert tem 18 boletins de ocorrência registrados contra ele, por crimes como roubo, ameaça e tráfico de drogas. O Ministério Público foi contra a saída dele do sistema prisional, mas o benefício foi concedido pela juíza da Vara de Execuções Penais de Ribeirão das Neves, Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy.

A juíza justificou sua decisão com base no atestado de conduta carcerária e disse que Welbert não havia cometido nenhuma falta grave, embora o Ministério Público tivesse apontado o episódio do furto de veículo. O MPMG recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça e não recebeu nenhum retorno.

No dia 11 de janeiro, poucos dias após a morte do sargento Dias, Welbert se tornou réu por um furto qualificado cometido em julho de 2023. Poucas semanas depois, a Justiça aceitou a denúncia e Welbert se tornou réu por homicídio triplamente qualificado contra o sargento Dias. Ele segue detido desde a época do crime.

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