Jaíba sofre com criminalidade
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No último dia 8, militares foram acionados para prender suspeitos de roubo a farmácia |
“Tudo isso em um município que tem recebido cada vez mais imigrantes e empresas de fora, atraídos pela fruticultura”, pondera o presidente do Conselho de Segurança Pública de Jaíba (Consep), César Luiz da Silva. Só de janeiro a julho deste ano, a cidade já teve 11 homicídios, quase o total registrado em todo o ano passado – 13 assassinatos. A taxa foi de 3,27 mortes para cada 10 mil habitantes, índice que é, proporcionalmente, duas vezes maior que o registrado no mesmo período em Belo Horizonte, que teve 380 assassinatos e taxa de 1,6.
Já os crimes violentos em geral chegaram a 48 ocorrências, o que também se aproxima do total registrado em 2012 (51) e supera o de 2011 (47). Diante da situação, os moradores resolveram investir em soluções com recursos próprios. Das quatro viaturas da Polícia Militar que estavam estragadas, uma já foi consertadas e outras duas estão em manutenção. Duas motos também passaram pela revisão e já circulam.
As melhorias foram viabilizadas com apoio de associações e empresas. A Associação Regional de Proteção do Meio Ambiente (Arpa) fez doação de R$ 6.800, por meio de parceria com a Polícia Militar Ambiental, para reformar um carro da corporação. Já a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) fez um empréstimo de R$ 2.030 ao Consep para o conserto das duas motocicletas. “A PM estava rodando com uma viatura só, que tinha a roda quebrada. Não tinha jeito de a polícia trabalhar”, relatou Silva.
O comandante da 238º Companhia da PM de Jaíba, Ricardo Rondinele, diz que a situação melhorou com o apoio da comunidade. No entanto, a falta de efetivo e de uma comarca na cidade dificulta o trabalho. Atualmente, o município tem 22 policiais militares e nove civis, o que soma 31 agentes. Seguindo o parâmetro da Organização das Nações Unidas (ONU), que recomenda um policial para cada 250 habitantes, o déficit em Jaíba seria de 103 policiais.
Isso sem contar o policiamento no projeto Jaíba, que fica a cerca de 50 km da cidade e já concentra cerca de 25 mil pessoas, entre trabalhadores e residentes. “São cinco policiais para fazer frente a uma área enorme, com várias empresas e vilas. Não temos como manter o policiamento 24 horas”, alertou Rondinele.
Único delegado da cidade, Breno Itamar de Oliveira afirmou que o problema maior da Polícia Civil é a falta de cadeia, de fórum e de um centro para menores infratores. “É muito difícil reduzir a violência desse jeito. A gente prende, e logo o criminoso está solto”, concluiu o policial.
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