DIMAS BALANÇA, MAS NÃO DEVE CAIR

A troca de comando na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) não deve afetar, pelo menos no curto prazo, a superintendência da autarquia em Minas Gerais, hoje sob o comando do ex-prefeito de Janaúba Dimas Rodrigues, do PMDB. 
O economista e ex-vice-governador do Piauí Felipe Mendes, ligado ao senador Ciro Nogueira (PP/PI), assumiu o comando da estatal na quinta-feira (21), aqui em Brasília, em cerimônia que contou com a presença do ministro da Integração, Gilberto Occhi, além de senadores e deputados da bancada nordestina. 
O mineiro Dimas Rodrigues, que acaba de completar cinco anos no cargo, pode ganhar uma sobrevida no comando da autarquia federal em razão de uma dessas circunstâncias que tornam a política brasileira assunto para poucos entendidos: é que o PP, responsável pela indicação de Felipe Mendes para a presidência da Codevasf, é da base aliada de Dona Presidenta no plano federal, mas ácido inimigo do petismo lá pelas bandas das Minas Gerais - atualmente sob a batuta do petista Fernando Pimentel, em aliança com o PMDB do vice Antônio Andrade.    
O PP mineiro é aliado de primeira hora do senador Aécio Neves (PSDB) e tem como figura de proa no estado o ex-governador Alberto Pinto Coelho. Sem chances dessa turma botar as mãos na seção mineira da autarquia – embora o PP tenha exigido a condição de porteiras fechada para assumir a empresa responsável pelas políticas públicas voltadas para boa parte do semiárido brasileiro.

Demissão de Elmo irrita PT baiano
O presidente da Codevasf, o baiano Elmo Vaz Bastos de Matos, que fora indicado pelo Ministro da Defesa Jaques Wagner, em maio de 2012, foi praticamente enxotado pelo Palácio do Planalto do comando da empresa, segundo consta, pela necessidade que o governo tem arrebanhar de votos a favor das medidas de ajuste fiscal em tramitação no Congresso.
A demissão de Vaz irritou a bancada baiana no Congresso Nacional e representou derrota política não pequena para o ministro Jaques Wagner. O senador Walter Pinheiro (PT/BA) reclamou da forma como o governo federal conduziu a troca no comando da empresa e disse que vai tentar reverter a nomeação. O sentimento geral é que a Bahia, que deu a maior votação proporcional à presidente Dilma Rousseff nas últimas eleições, foi desprestigiada. Tudo em nome do arrocho fiscal, que virou a única e visível obsessão do governo. É muita pimenta no acarajé.



Luís Claudio Guedes

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