Vacinas que viriam para Janaúba da COVID-19 estragam durante transporte
Nove mil e seiscentas doses de vacinas contra a covid-19 estragaram enquanto eram enviadas pelo Governo de Minas Gerais para a cidade de Governador Valadares, a 320 km de Belo Horizonte, cidade-polo no Vale do Rio Doce.
Segundo a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), uma falha no aparelho que registra a temperatura da caixa de armazenamento pode ter provocado o resfriamento das doses abaixo do ideal, durante o transporte feito por uma aeronave.
O problema ocorreu no dia 11 de maio, mas só foi revelado agora, após o R7 ter acesso à planilha de controle da pasta, via Lei de Acesso à Informação. Na data, eram distribuídas as injeções CoronaVac e AstraZeneca.
Caroline Martins Sangali, secretária de Saúde de Governador Valadares, lembra que nem chegou a receber o carregamento.
— Eles [equipe da SES-MG] nos avisaram sobre o problema assim que chegaram à cidade e nos entregaram as doses restantes que não foram descartadas.
A secretária do município com população de 281 mil habitantes conta que, na época, a campanha de vacinação, que atendia as pessoas com comorbidades, foi afetada. Segundo ela, o Governo Estadual repôs o material um mês depois e a questão foi resolvida.
— Com este volume de doses seria possível atender duas faixas etárias. O fato nos chamou atenção porque não estávamos acostumados a receber tantas vacinas. No início, a cidade recebia em torno de 1.000, 2.000 doses. Só agora estamos recebendo mais de 10 mil.
Questionado, o Governo de Minas afirmou que o problema foi pontual. "Durante a distribuição das 28 remessas pela Rede de Frio Estadual, esta foi a única que apresentou ocorrência de excursão de temperatura, o que corresponde a 0,07% de todas as doses distribuídas. Segundo o vacinômetro, até o momento, já foram enviadas mais de 12,4 milhões aos municípios mineiros", destacou em nota assinada pela SES-MG.
Vacinas descartadas
Desde janeiro deste ano, quando o Brasil começou a imunizar a população contra a covid-19, Minas Gerais precisou substituir 11.764 doses que foram descartadas por problemas diversos. Outras 6.107 unidades ainda passam por análise.
Desde janeiro deste ano, quando o Brasil começou a imunizar a população contra a covid-19, Minas Gerais precisou substituir 11.764 doses que foram descartadas por problemas diversos. Outras 6.107 unidades ainda passam por análise.
O documento ao qual a reportagem teve acesso indica que entre as justificativas apresentadas pelas prefeituras para pedir a troca de medicamento, constam: doses deixadas dentro das caixas térmicas, problemas com o refrigerador, vacinas deixadas em cima do balcão, equipamento com a porta aberta, tomada mal conectada, vandalismo, falta de energia e furto de cabos elétricos.
As perdas de imunizantes foram confirmadas, até o momento, em 15 cidades mineiras. Entre elas, Betim, Igarapé e Presidente Olegário, conforme já divulgado pelo R7.
Veja a quantidade de vacinas substituídas por cidade, em Minas:
1 - Belo Horizonte: 115
1 - Belo Horizonte: 115
2 - Betim: 120
3- Carmópolis de Minas: 53
4 - Cristália: 69
5 - Cuparaque: 10
6 - Dom Joaquim: 10
7 - Elói Mendes: 10
8 - Governador Valadares: 9.600
9 - Igapé: 269
10 - Itanhandu: 70
11 - Janaúba: 11
12 - Presidente Olegário: 1.037
13 - Santa Cruz de Salinas: 20
14 - São Brás do Suaçui: 110
15 - São Sebastião do Anta: 260
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