São João da Ponte: Polícia Civil prende militar suspeito de ser mandante de homicídio



(Por Michelly Oda, G1 Grande Minas) Um policial militar foi preso temporariamente em uma investigação que apura um homicídio em São João da Ponte (MG). Segundo a Polícia Civil, ele é suspeito de ser o mandante do crime, que ocorreu em uma lanchonete no dia 4 de dezembro de 2019.

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (15), o delegado Willian Fernandes explicou que as provas colhidas permitiram identificar que o assassinato teve motivação passional. Os levantamentos ainda apontam que o policial é suspeito de tentar atrapalhar a apuração.

“Testemunhas afirmaram que a vítima publicizava estar mantendo relação sexual com a esposa do preso nessa ação policial”, fala.

À polícia, a mulher negou que manteve relacionamento extraconjugal com a vítima.

O advogado César Ricardo de Oliveira Guimarães, que defende o policial, afirmou que a prisão foi decretada com base em "indícios decorrentes de fuxicos, de comentários em redes sociais na comunidade".

O defensor ainda disse que "não existe materialidade nenhuma que vincule meu cliente ao cenário do crime. Ele atuou de maneira isenta e em nenhum momento participou de alguma forma interferindo no processo, no fato em si."

O G1 procurou pela Polícia Militar e aguarda retorno.

‘Alguém que sabia manusear armamento’

O homem assassinado era proprietário da lanchonete e estava no local quando um criminoso encapuzado entrou e atirou diversas vezes, usando uma pistola 380.

O modo como o atirador manuseou a arma chamou a atenção dos investigadores, já que ele fez a troca de carregador de forma tática, segundo delegado, esse é um atributo de alguém que sabe manusear ao armamento.

O homem foi atingido por mais de 25 disparos, a maioria no rosto e no tórax. O delegado afirma que a forma como os tiros foram efetuados permite inferir que a intenção era desfigurar a vítima. O criminoso fugiu com um comparsa, que o aguardava em uma moto.

Willian Fernandes esclareceu que o militar foi preso como mandante, mas que as investigações prosseguem para identificar o atirador e o piloto da moto.

Adulteração da cena do crime
O delegado ainda destacou que foram identificados elementos de que o investigado alterou a cena do crime.

“Tão logo ocorreu o crime, o agente foi acionado, até porque compunha um órgão policial responsável por preservar a ordem pública”.

Ao ser questionado se esse foi o momento em que houve alteração, Fernandes destaca que a apuração “evidencia que não foi só nesse momento que ele buscou fraudar a investigação”. Ele ainda cita como exemplo que o investigado atuou “danificando cartões de memória que registraram a ação do executor.”

Atuação da Corregedoria da Polícia Militar
Durante a coletiva de imprensa, Willian Fernandes destacou que a Corregedoria da Polícia Militar, instituição definida por ele como "co-irmã", tinha conhecimento sobre o mandado de prisão antes do cumprimento.

Os policiais civis estiveram na casa do investigado, mas ele não foi encontrado. Em seguida, a corregedoria fez um contato com o militar, que se apresentou espontaneamente na 11º Região Integrada de Segurança Pública, em Montes Claros (MG).

Foi cumprido ainda um mandado de busca e apreensão na residência. Os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos.

O delegado explicou que a investigação não está ligada com a conduta do preso enquanto policial militar, por isso, ele permanece à disposição da Justiça comum.

“A lei é para todos, seja os professores, médicos, promotores, juízes, policiais civis ou militares, a lei é para todos e deve ser aplicada.”

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