Norte de Minas: Mesmo na época da seca, produzir leite compensa
Quando falta chuva, o pasto também é reduzido e o custo de manutenção do rebanho aumenta. Mesmo assim, compensa a produção de leite no período da estiagem prolongada? “Compensa, desde que o produtor tenha uma boa estrutura e não deixe que ocorra uma quebra nutricional do animal”, afirma Otaviano de Souza Pires Junior, presidente da Associação dos Criadores de Gado de Leite (ACGL) do Norte de Minas e também diretor de Pecuária Leiteira da Sociedade Rural de Montes Claros.
No Norte de Minas, área que sofre com as constantes secas, existem cerca de 3 mil produtores de leite. De acordo com dados da ACGL, no período da estiagem, no período das chuvas (outubro a março), a região produz cerca de 450 mil litros de leite por dia, o que representa em torno de 5% da produção estadual (8 milhões de litros/dia). Na época da seca, a produção de leite na região norte-mineira sofre uma queda, mas continua significativa: em torno de 250 mil litros por dia.
Para mostrar o potencial da atividade na região, a Associação dos Criadores de Gado Leite promoveu o Torneio Leiteiro – terceira edição - durante a Exposição Agropecuária de Montes Claros (Expomontes), realizada no período de 2 a 13 de julho. No concurso foi demonstrada a importância da alimentação do rebanho no período da estiagem para conseguir uma boa média da produção leiteira e também obter lucros.
Conforme Otaviano Pires Junior, se o pecuarista tiver boas condições para a alimentação de suas matrizes, ele alcança uma rentabilidade da ordem de 20% a 30% na atividade na produção de leite no período da seca. O presidente da Associação de Gado de Leite destaca que o produtor consegue superar a falta de pasto durante o período de seca com o conhecimento de tecnologias o emprego de práticas que garantem a boa qualidade do rebanho durante a seca.
Entre as medidas que devem ser adotadas, ele destaca: o pasto irrigado com água de poço tubular ou outro manancial, o plantio de milho e sorgo para durante o “período das águas” e formação de capineira para alimentar o gado na época da estiagem e o uso de ração balanceada (“volumoso”). “Pode-se usar cana e silagem de milho e sorgo, além de concentrados de farelo de milho e soja como complemento da dieta dos animais”, observa Pires Junior.
Capim
Ele salienta que no projeto de irrigação do Jaíba, situado no município homônimo, no Norte de Minas, já existem agricultores que fazem o cultivo do conhecido capim vaquero (Cynodom dactylon), com o objetivo exclusivo de produzir e vender feno para os criadores da região. Otaviano Pires Junior lembra que o capim “vaquero”(sem o “i” mesmo) apresenta um rápido crescimento, com o plantio irrigado – e bem adubado - chegando ao ponto de corte com apenas 24 dias de plantado. Além disso, tem alto valor protéico, com uma produtividade também elevada – de 10 toneladas por hectare.
Ainda conforme o diretor da Sociedade Rural de Montes Claros, o fardo de feno do capim vaquero está sendo vendido aos produtores norte - mineiros ao preço de R$ 140,00 pelo fardo de 250 quilos. Essa quantidade é suficiente para alimentar 25 animais em um dia, já que o consumo médio de cada vaca em lactação é de 10 quilos por dia.Otaviano Pires Junior ressalta que o criador de gado leiteiro sempre buscar a orientação técnica para que ele possa alimentar seu rebanho de maneira correta, evitando prejuízos. “Para garantir a boa alimentação dos animais, o produtor deve contar com a consultoria técnica. Ele deve entender que o técnico é um parceiro que vai contribuir para aumentar os ganhos, que deve ser visto como um investimento que dar retorno e não como despesa apenas”, observa.
O produtor Epifânio Vicente da Silva, dono de uma fazenda no município de Engenheiro Navarro (Norte do estado) recorre a alimentação balanceada para manter o gado leiteiro durante o período da estiagem. Ele tem 55 vacas – da raças holandesa e girolanda - em lactação e tem conseguido uma boa produção elevada mesmo no período da seca: 1.165 litros de leite por dia.
Epifânio recorre a silagem de sorgo, que produz na mesma propriedade. No último período chuvoso, plantou 15 hectares de sorgo e conseguiu uma produtividade de 52 toneladas por hectare. “A silagem que fizemos vai para atravessar o período da seca neste ano”, anima-se o produtor, que reforça a alimentação do rebanho com cana, farelo de milho e soja e outros nutrientes.
A produção de leite em regiões castigadas pelas estiagens prolongadas pode ser ampliada com a criação de raças que se adaptam melhor ao clima semiárido. Uma das raças é a Sindi, originária da Ásia. O gado Sindi tem dupla aptidão – para produção de leite e carne.
Há oito anos, o pecuarista Paulo Salgado iniciou a criação da raça Sindi na Fazenda Barra da Vereda, no município de São João da Ponte, também no Norte de Minas. Ele conta atualmente com cerca de 200 matrizes e informa que não dedica à produção de leite, mas a venda de animais para recria, estimulando a formação de rebanhos da raça em outras propriedades da região. “O Sindi é um animal que apresenta várias vantagens pela dupla aptidão, pela fertilidade e por ser muito rústica, sendo uma raça indicada para regiões que enfrentam condições de clima adverso”, afirma Salgado.
Luiz Ribeiro-EM
No Norte de Minas, área que sofre com as constantes secas, existem cerca de 3 mil produtores de leite. De acordo com dados da ACGL, no período da estiagem, no período das chuvas (outubro a março), a região produz cerca de 450 mil litros de leite por dia, o que representa em torno de 5% da produção estadual (8 milhões de litros/dia). Na época da seca, a produção de leite na região norte-mineira sofre uma queda, mas continua significativa: em torno de 250 mil litros por dia.
Para mostrar o potencial da atividade na região, a Associação dos Criadores de Gado Leite promoveu o Torneio Leiteiro – terceira edição - durante a Exposição Agropecuária de Montes Claros (Expomontes), realizada no período de 2 a 13 de julho. No concurso foi demonstrada a importância da alimentação do rebanho no período da estiagem para conseguir uma boa média da produção leiteira e também obter lucros.
Conforme Otaviano Pires Junior, se o pecuarista tiver boas condições para a alimentação de suas matrizes, ele alcança uma rentabilidade da ordem de 20% a 30% na atividade na produção de leite no período da seca. O presidente da Associação de Gado de Leite destaca que o produtor consegue superar a falta de pasto durante o período de seca com o conhecimento de tecnologias o emprego de práticas que garantem a boa qualidade do rebanho durante a seca.
Entre as medidas que devem ser adotadas, ele destaca: o pasto irrigado com água de poço tubular ou outro manancial, o plantio de milho e sorgo para durante o “período das águas” e formação de capineira para alimentar o gado na época da estiagem e o uso de ração balanceada (“volumoso”). “Pode-se usar cana e silagem de milho e sorgo, além de concentrados de farelo de milho e soja como complemento da dieta dos animais”, observa Pires Junior.
Capim
Ele salienta que no projeto de irrigação do Jaíba, situado no município homônimo, no Norte de Minas, já existem agricultores que fazem o cultivo do conhecido capim vaquero (Cynodom dactylon), com o objetivo exclusivo de produzir e vender feno para os criadores da região. Otaviano Pires Junior lembra que o capim “vaquero”(sem o “i” mesmo) apresenta um rápido crescimento, com o plantio irrigado – e bem adubado - chegando ao ponto de corte com apenas 24 dias de plantado. Além disso, tem alto valor protéico, com uma produtividade também elevada – de 10 toneladas por hectare.
Ainda conforme o diretor da Sociedade Rural de Montes Claros, o fardo de feno do capim vaquero está sendo vendido aos produtores norte - mineiros ao preço de R$ 140,00 pelo fardo de 250 quilos. Essa quantidade é suficiente para alimentar 25 animais em um dia, já que o consumo médio de cada vaca em lactação é de 10 quilos por dia.Otaviano Pires Junior ressalta que o criador de gado leiteiro sempre buscar a orientação técnica para que ele possa alimentar seu rebanho de maneira correta, evitando prejuízos. “Para garantir a boa alimentação dos animais, o produtor deve contar com a consultoria técnica. Ele deve entender que o técnico é um parceiro que vai contribuir para aumentar os ganhos, que deve ser visto como um investimento que dar retorno e não como despesa apenas”, observa.
O produtor Epifânio Vicente da Silva, dono de uma fazenda no município de Engenheiro Navarro (Norte do estado) recorre a alimentação balanceada para manter o gado leiteiro durante o período da estiagem. Ele tem 55 vacas – da raças holandesa e girolanda - em lactação e tem conseguido uma boa produção elevada mesmo no período da seca: 1.165 litros de leite por dia.
Epifânio recorre a silagem de sorgo, que produz na mesma propriedade. No último período chuvoso, plantou 15 hectares de sorgo e conseguiu uma produtividade de 52 toneladas por hectare. “A silagem que fizemos vai para atravessar o período da seca neste ano”, anima-se o produtor, que reforça a alimentação do rebanho com cana, farelo de milho e soja e outros nutrientes.
A produção de leite em regiões castigadas pelas estiagens prolongadas pode ser ampliada com a criação de raças que se adaptam melhor ao clima semiárido. Uma das raças é a Sindi, originária da Ásia. O gado Sindi tem dupla aptidão – para produção de leite e carne.
Há oito anos, o pecuarista Paulo Salgado iniciou a criação da raça Sindi na Fazenda Barra da Vereda, no município de São João da Ponte, também no Norte de Minas. Ele conta atualmente com cerca de 200 matrizes e informa que não dedica à produção de leite, mas a venda de animais para recria, estimulando a formação de rebanhos da raça em outras propriedades da região. “O Sindi é um animal que apresenta várias vantagens pela dupla aptidão, pela fertilidade e por ser muito rústica, sendo uma raça indicada para regiões que enfrentam condições de clima adverso”, afirma Salgado.
Luiz Ribeiro-EM
Comentários
Postar um comentário