Prefeito perde mandato após ser investigado por fraude em licitação

(O Tempo) A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), desarticulou na manhã desta terça-feira (3) uma quadrilha formada por empresários, servidores públicos e até o prefeito e vice de Jaíba, no Norte de Minas. Jimmy Murça e o vice dele, Enoque Vinícius, foram afastados do cargo após serem suspeitos de fraudar processos licitatórios destinados ao transporte escolar, direcionando as contratações às empresas e/ou pessoas ligadas à quadrilha. Um vereador, o secretário de administração e o pregoeiro do município também foram afastados. Outras quatro pessoas foram presas.
De acordo com as investigações, que duraram quatro meses, o dinheiro desviado pela quadrilha era imediatamente aplicado em bens, móveis e imóveis em nome outros empresários e “laranjas”. Com a descoberta do esquema, eles tentaram subornar vereadores, com ofertas que chegariam a milhares de reais, para que o prefeito de Jaíba não fosse cassado.
O esquema foi descoberto após denúncias de corrupção em duas licitações. A partir daí, a Polícia Federal identificou uma evolução patrimonial absurda do ex-prefeito de Jaíba. Ao assumir a prefeitura, em 2009, o então prefeito declarou que não havia nenhum bem. Já em 2012 quando renunciou ao cargo, uma semana antes da eleição para beneficiar o atual prefeito, o patrimônio dele chega a pelo menos R$ 5 milhões.
A Polícia Federal identificou, ainda, que um dos integrantes da quadrilha havia arquitetado um plano para executar um promotor de Justiça que atua na região. Ele ia receber R$ 5 mil pelo serviço.

Operação 
Durante a ação - batizada de "Operação Agosto" - foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, 23 de sequestro de valores, além de quatro mandados de prisão temporária, três de conduções coercitivas, além do afastamento do prefeito, vice-prefeito, vereador, secretário de administração e do pregoeiro oficial do município Ainda foram determinados a quebra do sigilo bancário e fiscal dos investigados.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com a assessoria de Jimmy Murça, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o caso. Uma secretária disse apenas que todos os integrantes da prefeitura estavam na Câmara Municipal da cidade para acompanhar a posse do novo prefeito. A reportagem também tentou contato com a Casa, mas ninguém foi encontrado. 

Processo
Os presos vão responder por crimes contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Se condenados, os envolvidos podem pegar até 30 anos de prisão.

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