Alunos da rede municipal de ensino plantam árvores e contribuem por uma Janaúba mais sustentável

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O futuro de Janaúba está ganhando novas cores e mais oxigênio. Em uma iniciativa que une aprendizado, consciência ambiental e amor pela natureza, alunos da rede municipal de ensino participaram de uma ação especial de plantio de árvores, dentro do programa Jovens Mineiros Sustentáveis, que vem transformando a educação ambiental no município. A atividade contou com a participação de dezenas de estudantes, professores e servidores das escolas municipais, que colocaram literalmente a “mão na terra” para contribuir com um planeta mais verde e uma cidade mais saudável. O ponto alto da ação foi a criação do Bosque do Amanhã, localizado ao lado do Parque Ecológico do Gorutuba, um espaço que simboliza o compromisso das novas gerações com a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente. Educação e sustentabilidade caminhando juntas O projeto, fruto de uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação de Janaúba e o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambient...

Pai Pedro, no Norte de Minas Gerais, decreta estado de calamidade pública

Carcaças encontradas na estrada conhecida como Passagem do Bernardo, em Pai Pedro (Foto: Adriana Lisboa / G1)
(G1) A caravana “Vidas Áridas na estrada” chega às cidades de Pai Pedro e Catuti, no segundo dia de expedição pelos municípios do Norte de MG que mais tem sofrido com a longa estiagem, considerada a pior seca dos últimos 40 anos.
Ao longo da estrada, chegando ao município de Pai Pedro no extremo Norte do estado, carcaças de animais mortos já evidenciam a escassez de recursos hídricos. A falta de chuvas e a perda de 100% da lavoura levaram o município a decretar estado de calamidade pública.
De acordo com o prefeito da cidade Eujácio Rodrigues, na prática, isso significa que o município “não tem mais condições de andar com as próprias pernas”. 
Ainda segundo o prefeito, os governos estadual e federal já reconheceram que o município não tem mais recursos, e chegou ao limite máximo de extrema pobreza. Em contrapartida, o gestor do legislativo espera que a situação de Pai Pedro provoque uma reação imediata do poder público.
“É uma ferramenta importante para que eles [governo] possam reconhecer e dar suporte para o município enfrentar essa seca. Precisamos de água antes de tudo, pois temos famílias passando sede aqui, sem acesso nenhum à água. Por isso, essa é a primeira ação que esperamos do poder público, porque a situação pode ainda piorar nos próximos 60 dias”, diz Eujácio.
As chuvas na região são esperadas pelos moradores somente a partir de novembro, mas a prefeitura de Pai Pedro está trabalhando na retirada de entulho do leito do rio Serra Branca, que está seco desde fevereiro. O mutirão de limpeza do rio começou nesta terça-feira (1), e já no primeiro dia, oito toneladas de lixo foram retiradas do rio.
“Estamos preparando o rio para a chuva. Neste primeiro momento estamos despoluindo, e em seguida vamos plantar mudas nativas no leito para recompor a mata ciliar, o que vai preservar o Serra Branca e vai evitar a erosão”
O Departamento nacional de obras contra a seca (Denocs) também reconhece a situação de calamidade pública de Pai Pedro. De acordo com coordenador estadual do Denocs, Marco Antônio, para efeito de fonte de recursos, oriundos da Defesa Civil e do ministério da Integração, não existe diferença entre calamidade pública e estado de emergência. A diferença fica nas perdas que o município sofre, e no caso de Pai Pedro, o município teve perda de 100% da lavoura.
O Denocs, através de recursos do governo federal, apoiou a uma demanda do Vidas Áridas e se comprometeu no ano de 2012 em disponibilizar cinco poços artesianos para a comunidade. Marco Antônio afirma que é preciso ter um olhar especial para com a situação do sertanejo norte-mineiro.
“Se todos os órgãos federais ou estaduais se unissem e fizessem um pouquinho, o sofrimento do povo seria amenizado. Basta deixar a política de ação e agir de forma calamitosa”, diz.
O primeiro poço artesiano perfurado e entregue após o compromisso firmado entre o Denocs e o Vidas Áridas foi na comunidade Atrás dos Morros, zona rural de Pai Pedro. O poço, que faz parte do sistema de abastecimento unificado, já atende a 13 famílias na comunidade, entre elas a de Apolinário Rodrigues de Oliveira, de 67 anos. Seu Tita, como é conhecido, nasceu e foi criado no vilarejo, e garante nunca ter visto água jorrando.
“Meu pai morreu sem ter visto água saindo da torneira, minha mãe está vendo pela primeira vez em 86 anos, e estou vendo depois de 50 anos. Vivi a vida toda sem água, sofrendo, mas hoje, graças a Deus, realizei meu sonho”, comemora enquanto é batizado pela água jorrando do poço.
A obra de instalação dos cinco poços prometidos pelo Denocs gira em torno de meio milhão de reais e 74 famílias vão receber água encanada em casa. Segundo o jornalista Geraldo Humberto, um dos idealizadores do Vidas Áridas, saber que um pedido se concretizou vai além de uma satisfação pessoal, é o sentimento de que está no caminho certo.
“Quando estamos em um lugar e detectamos a ausência de políticas públicas, de consciência com o semi-árido, o nosso sonho e desejo é de que os governantes se sensibilizem e atendam às solicitações daquilo que estamos mostrando como essencial na vida de muitas famílias que moram no semi-árido. Isso significa a concretização do desejo de dois sertanejos, de duas pessoas simples, que tem o desejo de ver mudanças no sertão do Norte de Minas”, diz Geraldo.
Catuti
No município de Catuti, também no extremo Norte de Minas Gerais, a situação de escassez de recursos hídricos assemelha-se à Pai Pedro.  A barragem, que foi construída para abastecer o município, secou há quatro anos, sem que tenha sido utilizada para este fim.
Durante a visita do Vidas Áridas ao município, a caravana se reuniu com alunos da Escola Estadual José Barbosa para um bate papo. No encontro os alunos puderam conhecer um pouco mais da própria realidade, além de levantar questões e anseios.
Segundo o jornalista e Délio Pinheiro, o público respondeu além do esperado. “O momento não é de palestra e sim de dar a chance para a comunidade falar. Para nós, mediadores, foi muito interessante porque eles nos deram muita atenção, já que estávamos lidando com um público crítico. Tenho certeza que isso os atingiu e eles vão multiplicar as informações dentro de suas casas. Nós pretendemos, junto com toda comunidade, fazer do Vidas Áridas o maior movimento popular da historia do Norte de Minas”, diz.

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