A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que investigava o assassinato de Elaine Ribeiro São José, de 38 anos, morta brutalmente a facadas dentro de casa no dia 2 de novembro, em São Francisco, no Norte de Minas. O autor do crime, um homem de 48 anos, ex-companheiro da vítima, foi indiciado por feminicídio qualificado, com agravantes por motivo fútil, por meio que dificultou a defesa da vítima e ainda majorado por descumprimento de medida protetiva.
O suspeito foi preso em flagrante pouco tempo após o crime e permanece no sistema prisional. De acordo com a Delegacia de Homicídios, as investigações comprovaram que ele agiu de forma premeditada, planejando o ataque e aproveitando-se da condição de vulnerabilidade de Elaine.
Ataque brutal dentro de casa
Segundo o relatório policial, Elaine foi atacada enquanto repousava em sua residência.
“O suspeito teria se aproveitado de um momento de vulnerabilidade da vítima, que estava em repouso dentro de casa, para atacá-la. Após os três primeiros golpes, a mulher ainda tentou se defender, mas foi novamente contida e atingida”, afirma o documento oficial.
Laudos periciais apontaram múltiplas lesões cortantes e contusas, evidenciando a violência extrema empregada no ataque. O crime ocorreu no quarto, mas havia marcas de sangue também no chão e na sala, indicando que Elaine tentou reagir e se deslocar durante a agressão.
Suspeito descumpriu medida protetiva e estava foragido
O histórico do agressor já continha registros graves. A Polícia Civil informou que ele havia sido preso anteriormente por descumprir uma medida protetiva concedida em favor de Elaine. Mesmo assim, obteve alvará de soltura.
Em 24 de outubro — nove dias antes do feminicídio — a Justiça expediu um mandado de prisão contra ele para cumprimento de pena de três anos e sete meses. O homem não se apresentou e ficou foragido durante todo o período até cometer o crime.
A delegada responsável pelo caso, Jennifer Reis, destacou a brutalidade da ação.
“Trata-se de um crime brutal, praticado com extrema violência e motivado por um sentimento de posse. A investigação reuniu provas robustas que demonstram a premeditação e a crueldade do suspeito.”
Relembre o caso
O corpo de Elaine foi encontrado pelo cunhado no início da manhã de 2 de novembro. Ele contou à polícia que havia deixado a vítima em casa durante a madrugada, após retornarem de um evento familiar. Pela manhã, estranhou que Elaine não atendia às ligações. Ao passar em frente à residência, viu o portão entreaberto — algo incomum, já que a vítima sempre o mantinha fechado.
Ao entrar no imóvel, encontrou Elaine caída no chão do quarto, já sem vida. A Polícia Militar localizou uma faca suja de sangue próxima ao corpo. A cena apresentava marcas de sangue na cama, no chão do quarto e na sala, comprovando a violência do ataque.
Ainda conforme a PM, testemunhas relataram que o ex-companheiro perseguia Elaine e a ameaçava constantemente. No local do crime, também foram recolhidos cartões, documentos e um celular com capa rosa pertencentes à vítima, encontrados dentro de uma bolsa que estava com o suspeito.
Ele foi localizado pouco depois em um bar da cidade, ingerindo bebida alcoólica. Ao ser abordado, resistiu à prisão, sendo necessário uso de técnicas de imobilização. Durante o interrogatório, admitiu que havia ido à casa da vítima, mas negou o assassinato. Ao ser questionado sobre os pertences da vítima que estavam em sua posse, encerrou abruptamente a conversa e se recusou a falar.
A PM confirmou que havia três boletins de ocorrência anteriores envolvendo o mesmo agressor, sempre tendo Elaine como vítima.
Conclusão do inquérito
Com a investigação concluída, o homem foi formalmente indiciado por feminicídio qualificado. O caso agora segue para o Ministério Público, que deverá oferecer denúncia à Justiça.
A morte de Elaine Ribeiro São José reforça a gravidade da violência doméstica na região e levanta novas discussões sobre o risco enfrentado por mulheres que, mesmo com medidas protetivas, permanecem vulneráveis diante de agressores reincidentes.
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