Norte de Minas tem prejuízos de R$ 1 bi
Há uma regra elementar que se aplica em períodos de secas severas: se a água escassear, a prioridade é o consumo humano. Isso significa que, antes de as torneiras de casa secarem, a água falta na agropecuária, nas indústrias e nos serviços. É o que ocorre hoje em várias partes do Brasil. A estiagem que compromete importantes bacias hidrográficas pode prejudicar a já combalida economia nacional, simplesmente porque o país não está preparado para lidar com ela. Segundo cálculos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Montes Claros, o Norte de Minas Gerais contabiliza cerca de R$ 1 bilhão de perdas com a seca nos últimos anos. Cabeças de gado, no total de um milhão, morreram ou foram vendidas a outras regiões para não morrerem de sede. Cerca de 80% das safras de arroz e feijão se perderam por causa da estiagem prolongada. “Diferentemente de outros países, o Brasil não tem mecanismos para aliviar perdas econômicas com a falta de água”, diz Jerson Kelman, especialis