Janaúba: MP instaura inquéritos para averiguar tragédia

Multidão acompanhou o velório e enterro da professora
Heley de Abreu Silva Batista, de 43 anos, em Janaúba

(POR JOSÉ VÍTOR CAMILO) Um dia após a tragédia que terminou com nove pessoas mortas, entre elas sete crianças, e 41 feridas na creche "Gente Inocente", em Janaúba, no Norte de Minas, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) anunciou que foram instaurados quatro inquéritos distintos para averiguar fatos relacionados ao atentado.

Um dos inquéritos civis tem o objetivo de garantir a assistência material e psicológica das vítimas e suas famílias quanto aos "danos e agravos sofridos em razão do atentado ocorrido na creche". Conforme o órgão, foi realizado contato com a Cruz Vermelha com a finalidade de estrutura uma missão interdisciplinar, como viés médico e psicológico, de forma a auxiliar a recuperação física e emocional das pessoas afetadas.

Após uma reunião com diversos órgãos e a sociedade civil, ficou definido que seria aberta uma conta bancária para o recebimento de doações em dinheiro. Os interessados podem fazer as doações na Conta Corrente 600-9, agência 0935-0, do Banco do Brasil.

Com isso, o segundo inquérito instaurado visa fiscalizar a destinação de recursos doados na conta bancária aberta, para garantir que os valores sejam integralmente revertidos ao amparo das vítimas. Ficou decidido ainda que o Banco do Brasil remeterá extratos semanais para a avaliação dos recursos, além de prestação de contas mensal.

O MPMG também abriu um inquérito para averiguar se o prédio em que a creche "Gente Inocente" estava instalada possuía segurança estrutural, plano de fuga e estratégia de combate à incêndios adequados. Nos próximos dias, os promotores irão se reunir com a comunidade escolar e o poder público para a construção de um plano de ação para a reinserção escolar dos alunos e profissionais vitimados pelo ataque.

Transtorno mental do suspeito será investigado

O último inquérito civil instaurado pelo órgão irá apurar se o vigia Damião Soares dos Santos, 50, que colocou fogo no próprio corpo e nas crianças, era realmente portador de alguma doença ou transtorno mental que lhe tornava não recomendado para o exercício da função na creche. "Também vamos averiguar se houve alguma falha do Poder Público local quanto à avaliação e tratamento da disfunção de consciência apontada, em estudo social solicitado pelo MPMG em 2014, pelo Centro de Referência Especializado em Assistência Social", completa.

Em junho de 2014, o vigia compareceu à Promotoria de Justiça de Janaúba com a finalidade de informar que suspeitava de que sua mãe adicionava substâncias tóxicas à sua comida. O estudo social solicitado pelo MPMG, contudo, apontou que o núcleo familiar era regular, mas que ele apresentava disfunção de consciência.


O Tempo

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