Onze paraguaios são presos em fábrica de falsificação de cigarros no Norte de Minas

Cigarros eram fabricados na zona rural de Claro dos Poções

(G1) Onze paraguaios foram presos em flagrante em uma fábrica clandestina de falsificação de cigarros em Claro dos Poções, no Norte de Minas, durante a operação Sem Filtro, realizada pela Receita Federal e Polícia Civil, nesta quarta-feira (20/9). Ao todo, 35 mandados judiciais foram cumpridos em cidades do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Bahia. Uma outra fábrica irregular, que funcionava em Grão Mogol, também foi fechada durante a ação. Além das prisões dos Paraguaios, dois mandados foram cumpridos em Montes Claros.

Segundo o Chefe de Departamento da Polícia Civil, Renato Nunes, os paraguaios são suspeitos de fabricarem os cigarros e o clima do Norte de Minas foi um dos motivos para a fábrica funcionar na região.

“A baixa umidade do ar, o clima seco, favorecem o acondicionamento do fumo, que não mofa. Além disso, estamos em um dos maiores entroncamentos viários, com rápida saída de mercadoria; temos um bom mercado consumidor. Quanto aos mandados de prisão, estamos apurando as demais participações e, por isso, não iremos ceder detalhes agora”, explicou. O grupo era investigado pela Polícia Civil de Montes Claros há dois meses.

Em Claro dos Poções, oito máquinas profissionais e de grande porte funcionavam para a fabricação dos cigarros, além de um gerador. Os equipamentos foram avaliados em cerca de R$ 1,2 milhão. O galpão tem cerca de 600 metros quadrados e os insumos, como fumo e papéis especiais, estavam acondicionados em diversas caixas que foram apreendidas.

A polícia vai investigar as condições de trabalho dos paraguaios já que a suspeita é que o grupo estava confinado. “Vamos avaliar em quais condições os estrangeiros chegaram ao norte de Minas; se eles possuíam algum documento de permissão para ficar no País. Também, se o trabalho deles é algo análogo ao de escravo, já que não poderiam sair da fazenda.”, detalhou.

Sonegação

Estima-se que os prejuízos chegaram a R$ 300 milhões por ano. Os investigados vão responder pelos crimes contra a saúde pública, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Suspeita-se que os cigarros falsificados são revendidos e consumidos em dezenas de Estados do país.

“Agora, a Receita Federal vai verificar as autuações e buscar elementos que irão dar subsídios aos lançamentos dos tributos sonegados. Somente a partir daí, da certeza desta sonegação, é que iremos tentar reaver o crédito”, explicou o Delegado da Receita Federal em Montes Claros, Filipe Araújo Florêncio.

No Paraná, a quadrilha é investigada há um ano pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos. “Os mandados cumpridos hoje são da Comarca de Londrina. A princípio, uma dupla sertaneja utilizava o dinheiro das vendas ilegais dos cigarros na lavagem do dinheiro”, explicou o delegado Rodrigo Souza, de Curitiba.

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