IGAM alerta para agravamento da estiagem no Norte de Minas

O IGAM estará proibindo a retirada de água
de poços, para recuperar o lençol freático

(Por Girleno Alencar) O Norte de Minas enfrentará o agravamento da seca neste ano, com chuvas dentro da média, mas insuficientes para recuperar os quatro anos seguidos de estiagem, conforme previsões do diretor de Hidromonitoramento do Instituto Mineiro de Gestão das Águas, Heitor Soares Moreira, durante o Workshop “Uso das águas na indústria e a convivência com a escassez hídrica”, realizado ontem de manhã, em Montes Claros, no auditório da Federação das Indústrias-Regional Norte. Ele alertou aos representantes das indústrias do Norte de Minas que precisam buscar alternativas para substituir o uso da água, pois a tendência é agravar o quadro e até mesmo provocar a redução da produção.

O Workshop é destinado aos industriários no sentido de sensibilizá-los quanto à escassez hídrica, bem como apresentar caminhos para um uso mais racional da água, com detalhamento de boas práticas. “A proposta é levar informações atualizadas referentes à disponibilidade hídrica da região e sobre a necessidade de um planejamento estratégico para identificação de fontes alternativas de uso e boas práticas”, explica o analista ambiental do Igam, Heitor Soares Moreira. “No workshop, procuraremos orientar os setores da Indústria e Mineração no que tange sobre a disponibilidade hídrica no Estado”, completa.

No caso específico do Norte de Minas, o diretor cita que os últimos quatro anos de seca provocaram um passivo hídrico muito grande e os dados mostram isso, pois nesse ano deveriam ter ocorrido 530 milímetros de chuvas, mas foram registrados apenas 320 milímetros. No mês de setembro estavam sendo esperados 21 milímetros, mas foi quase zero. A última chuva registrada em Montes Claros ocorreu em 9 de maio, há quatro meses e 15 dias. No mês de outubro, se ocorrer chuvas será nos últimos dias. Depois terá boas chuvas em novembro e dezembro.

Para agravar o quadro, o IGAM estará proibindo a retirada de água de poços, para recuperar o lençol freático. Todos os poços terão que ser regularizados. Heitor reconhece que existem muitos poços irregulares, pois a quantidade de fiscais é pequena. O analista ambiental da Fiemg, Deivid Oliveira afirma que a entidade realizou esse evento em Montes Claros por que a falta de água pode comprometer o funcionamento de várias indústrias do Norte de Minas, do ramo de mineração e têxtil, inclusive com a necessidade de reduzir a produção.

A analista ambiental Cecília Valadares, da multinacional Novo Nordisk, produtora de insulina em Montes Claros, afirma que a escassez de água levou a empresa a optar pelo reuso da água, como forma de aliviar a situação. Toda área verde é irrigada com a água usada pela empresa em outras atividades. Além disso, foi iniciada a obra que será inaugurada em 2018, de reuso das águas nas torres de resfriamento, implicando na economia de 5.400 metros cúbicos, que são suficientes para atender 362 famílias. Se não fosse isso, a Novo Nordisk teria que usar a água fornecida pela Copasa.

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