Monte Azul empossou diretoria da Apac

A posse da diretoria da APAC (Foto: Ângela Nunes)

(Por Girleno Alencar) A diretoria da recém criada Associação de Proteção e Assistência aos Condenados de Monte Azul foi empossada, em solenidade com as presenças do juiz José Alexandre Madson Guidi e do promotor Marcone Hudson Meira Bezerra, além de diversos segmentos da solenidade. O evento aconteceu no salão do júri do Fórum de Monte Azul, depois que a diretoria foi eleita por aclamação. No ato, o juiz salientou que todos envolvidos nesse ato mereciam ser lembrados, como o Ministério Público, a Pastoral Carcerária e a comunidade envolvida. O apoio que o juiz José Alexandre Madson Guidi tem dado agrada a diretoria da APAC, pois ele sempre se faz presente a todos os eventos alusivos ao projeto.

O juiz lembra que o assunto "sistema prisional é muito áspero, pois o que se vê é que quando um indivíduo recebe uma sentença penal condenatória ele não perde só a liberdade, mas também sua dignidade. Imediatamente o condenado é taxado dos piores adjetivos, sendo marginalizado e considerado inservível para a sociedade. Muitos chegam a rogar pela sua morte ou para que nunca mais retorne para o convívio comum.

É muito triste, mas é a realidade. Decorrente disso, o problema carcerário no Brasil é relegado para segundo plano, posto tratar-se da “escória da sociedade”, como muitos ainda veem o assunto. Infelizmente, ouso a discordar da maioria. O indivíduo que recebe uma condenação criminal errou e deverá pagar por ela com dignidade, respeito e, principalmente, com atenção da sociedade, coisa que por vezes nunca aconteceu durante a trajetória de sua vida”.

Ainda em seu discurso, o juiz lembra que na maioria das vezes nem o Estado, nem a sociedade se preocupou com esse cidadão até ele praticar um crime. “Ele não teve oportunidade de estudar, nunca teve saúde, muitas vezes nem mesmo trabalho. Enfim, qualquer coisa que caracterize dignidade esse apenado nunca teve o privilégio de sentir em toda a sua vida. A APAC visa transformar o atendimento desse cidadão, fornecendo um lugar digno e concedendo uma nova ou a primeira oportunidade de reinserção na sociedade para que ele nunca mais volte a praticar um ato criminoso. O atendimento da Apac se resume ao amor ao nosso próximo que errou e quer uma oportunidade de se recuperar”.

Ainda em sua mensagem, o juiz lembra: “Jesus, quando esteve entre nós e considero que ainda está, não recriminou, marginalizou, humilhou qualquer pessoa, por “pior” característica que ela tivesse. Pelo contrário, escolheu para segui-lo os mais perseguidos pela sociedade da época e amou a todos incondicionalmente. Se Ele assim o fez, quem somos nós para agir de forma diversa?”, concluiu.

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